O Tupi-MG, de Juiz de Fora, teve uma ascensão meteórica no cenário do futebol brasileiro tal qual aconteceu com o Joinville. No entanto, bastou o primeiro rebaixamento para o futuro do clube ficar cercado por dúvidas.
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Tudo começou em 2011. De time fora de série, o Tupi entrou na Série D e conseguiu o título nacional, que rendeu a classificação para a Série C.
Em quatro temporadas na Terceira Divisão, novo feito e acesso para a Série B depois de 25 anos fora da Segunda Divisão. Parecia que a equipe cresceria mais e poderia ter ambições ainda maiores. No entanto, a promessa não se cumpriu como esperava a torcida.
O Galo Carijó jogou a Série B e acabou rebaixado no mesmo ano. Os patrocinadores sumiram, a receita diminuiu e, desde então, o clube tenta se adequar à nova realidade. No Campeonato Mineiro, só conseguiu crescer graças à chegada do técnico Ailton Ferraz. Ainda assim, terminou na oitava colocação – entre 12 participantes.
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Felipe Frederico, repórter da Rádio Globo de Juiz de Fora (MG), acompanha o dia a dia do time e explica que o grande problema do Tupi é estrutural.
– A estrutura puxa a equipe para baixo. O Tupi não tem um campo com boas condições para treinar. No ano passado, na Série B, chegou aqui uma série de jogadores desinteressados. Quatro treinadores comandaram o time. Houve um planejamento muito mal feito – observa.
Para a Série C deste ano, o cenário não é nada animador. Os bons jogadores que jogaram o Estadual deixaram o clube – casos do zagueiro Elivelton, do meia Jajá e dos atacantes Flávio Caça-Rato e Ruan Telles.
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A reposição deles também não empolga. A maioria dos atletas é jovem e vem emprestada por Fluminense e Cruzeiro sem nenhum custo.
Sem o pagamento destes jogadores, o Tupi tem hoje uma folha salarial de aproximadamente R$ 70 mil, a menor entre os participantes da chave B do Brasileiro da Série C. Diante de um investimento tão pequeno – comparado a clubes da Segunda Divisão Mineira – a pretensão é bem humilde.
– O Tupi irá brigar apenas para fugir do rebaixamento. Pode até pintar uma surpresa, mas é pouco provável que isso aconteça – completa Felipe.
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Esperança no banco de reservas
Ailton Ferraz fez história no futebol brasileiro ao construir a jogada do gol do título carioca do Fluminense em 1995. Foi ele que disparou em direção ao gol do Flamengo e encontrou a barriga de Renato Gaúcho, autor do gol do título. Vinte anos depois, ele tenta agora fazer história como treinador.
Em Juiz de Fora, é ele a aposta para que o clube tenha uma campanha mais esperançosa e que não se limite apenas à briga contra o rebaixamento.
Quando chegou, no Campeonato Mineiro, o Tupi não fazia boa campanha. Mas o trabalho de Ailton Ferraz quase conduziu o Galo Carijó às semifinais do Campeonato Mineiro. O problema é encontrar uma solução para as perdas no time e comandar um elenco formado por jovens.
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– Houve também a saída do Fabinho, gerente de futebol, por este motivo se há uma chance de mudar o atual quadro, será graças ao trabalho do Ailton Ferraz – conclui Felipe.