Os arrozais se estendem pelo caminho e a tranquilidade dos animais nas propriedades que cercam a estrada poderiam fazer parte de qualquer paisagem rural. A diferença é que o ar bucólico, de interior, está a poucos quilômetros da agitação de Balneário Camboriú.
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Os roteiros de ecoturismo que se estendem pela vizinha Camboriú levam a belezas protegidas pela Mata Atlântica, ideais para conhecer quando o tempo fecha e o dia não é de praia. Uma prova de que o Litoral Norte tem mais a oferecer além da clássica dobradinha de sol e mar.
O destino escolhido para a segunda reportagem da série Roteiros Alternativos foi a Cachoeira Seca, uma série de quedas d’água que receberam este nome porque parte delas corre sob as pedras. O trajeto percorre menos de 10 quilômetros a partir do Centro de Camboriú e revela resquícios de um passado distante, com antigos casarões e lembranças de uma vida mais simples.
A propriedade onde está a cachoeira fica ao final da estrada, cortada pelo Rio dos Macacos. A natureza, caprichosa, encheu o leito de pedras e formou piscinas naturais, que são usadas pelos turistas principalmente aos finais de semana. A água gelada desce com força, como um lembrete das corredeiras que se formam rio acima.
– De seca, a cachoeira não tem nada. São cinco quedas diferentes, algumas usadas por praticantes de esportes como o rafting – diz Edmilson Domingos Garcia, proprietário das terras.
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O caminho para a maior das cachoeiras, que tem uma queda de 20 metros, exige força de vontade. São 600 metros de subida íngrime em uma trilha cercada pela mata onde se podem ouvir os pássaros e, com sorte, é possível avistar animais como quatis, tatus, cotias e pacas. Para acessar a cachoeira é preciso descer por um caminho igualmente difícil.
Contemplação
À medida que a cachoeira se aproxima o som das águas fica cada vez mais alto, até o ponto de encher o ar e ser preciso erguer a voz para se fazer ouvir. Cercada por árvores altas, orquídeas e bromélias, a queda d’água descortina seu encanto.
Desce do alto, encontra um lago e insiste em descer novamente, entre as pedras. A paisagem merece um momento de contemplação – ao qual as pernas agradecem, após o esforço da subida. A partir dali, a volta torna-se um caminho bem mais leve, de volta às piscinas naturais.
– É um lugar lindo – disse Aline Magalhães dos Santos, 33 anos, turista de São Paulo que está hospedada em Balneário Camboriú, e sexta-feira tirou o dia para conhecer a zona rural de Camboriú.
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Como chegar
– Do Centro de Camboriú, siga em direção ao Bairro Areias
– O caminho do Ecoturismo é sinalizado. Siga pela Estrada Geral de Macacos
– Quando avistar a ponte sobre o Rio Caetés, verá a igrejinha da localidade. Siga à esquerda, pelo lado oposto à igreja
– Passe por pesque-pagues e siga adiante. A Cachoeira Seca fica no final da estrada
Entrada
A propriedade é particular e os proprietários cobram R$ 5 por pessoa, para manutenção do local. O espaço abre diariamente, das 8h às 19h. Há uma lanchonete no local
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Dicas do Sol
– Um dia nublado é ideal para um passeio pela cachoeira
– A trilha não é fácil de ser percorrida, especialmente se tiver chovido nos dias anteriores. O trecho final tem uma subida de 600 metros bastante íngrime
– Use tênis ou vá descalço. Se usar chinelo, há risco de escorregar
– Carregue água, protetor solar e repelente, já que os insetos são comuns no verão
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– Não esqueça de levar um saco plástico para colocar o lixo
– A lagoa que se forma sob a cachoeira chega a sete metros de profundidade, portanto tome cuidado. O local também não é indicado para crianças
Ecoturismo é opção para aventureiros
Os roteiros de ecoturismo em Camboriú incluem não apenas quedas d’água como a Cachoeira Seca, mas também trilhas, pousadas, hotéis-fazenda e pesque-pagues que se estedem por toda a zona rural.
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As paisagens conquistaram praticantes de esportes como o ciclismo, que costumam traçar trajetos pelos bairros do interior. O roteiro da Cachoeira Seca, por exemplo, está entre os trajetos consolidados de cicloturismo da Costa Verde e Mar – com direito a mapa no site (costaverdemar.com.br) e duas opções de caminho, que percorrem trechos cercados pela natureza.
– Os roteiros de ecoturismo de Camboriú valem a pena porque têm paisagens bastante diversificadas em um curto espaço, com arrozais, rios, cachoeiras e montanhas. São circuitos bons para se fazer de bicicleta e também de carro – diz Carlos Beppler, diretor de cicloturismo da Associação de Ciclismo de Balneário Camboriú, e entusiasta do ecoturismo rural.