Normalmente usada como árvore ornamental, a Sphatodea campanulata, conhecida como espatódea ou bisnagueira, entrou na mira de parlamentares catarinenses nos últimos anos e, na última quarta-feira (15), um projeto de lei que proíbe a produção de mudas, o plantio e determina o corte da planta foi aprovado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
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O Projeto de Lei (PL) 279/2020 amplia os efeitos de uma da lei estadual aprovada em 2019 e defende que a espécie é “potencialmente invasiva e as suas flores possuem alcaloides tóxicos”. Por esse motivo, o manejo deveria ser revisto no Estado. O PL defende também que as bisnagueiras que forem cortadas sejam substituídas por árvores de outras espécies.
Segundo João de Deus Medeiros, professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a espatódea é uma planta de origem africana que libera substâncias nocivas para insetos, principalmente abelhas. As flores da árvore têm o formato de tulipa e começam a brotar a partir dos quatro anos, normalmente no período da primavera e verão.
— O risco maior refere-se as abelhas nativas que podem ficar aprisionadas na mucilagem (uma substância pegajosa) que as flores secretam. Como são insetos pequenos, a mucilagem pode ser uma armadilha, pois elas ficam com as patinhas presas e podem morrer — explica Medeiros.
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O professor afirma que, apesar da existência do risco para os insetos, a presença da planta, que pode viver por mais de 80 anos, não causa grandes problemas em ambientes naturais.
— Não é uma especie problemática sob o aspecto de invasão em ambientes naturais, o problema maior seria com as abelhas nativas — diz.
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Proibição nos municípios
Mesmo antes da aprovação do projeto de lei no plenário da Alesc, algumas cidades de Santa Catarina já haviam definido medidas para barrar o cultivo da Sphatodea campanulata.
Nos municípios de Indaial e Pomerode, o corte e a poda da árvore já são autorizados. As cidades de Nova Trento, na Grande Florianópolis, e São Ludgero, no Sul catarinense, têm legislação própria sobre o cultivo da planta.
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Em Joinville, uma proposta que proíbe a produção e plantio da espatódea está em tramitação na Câmara de Vereadores.

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