Definidas como potencial ameaça aos ecossistemas, plantas exóticas invasoras foram encontradas em jardins feitos por comunidades com a tentativa de conservar e restaurar a restinga nos bairros Ingleses e Barra da Lagoa, em Florianópolis.
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No entanto, o plantio foi irregular porque para qualquer alteração nas Áreas de Preservação Permanente (APP) é necessário consultar o município. Nas áreas da União, deve-se procurar a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), podendo o autor responder por crime ambiental.
Agora, o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) fez e continua realizando abordagens educativas para a retirada dessas espécies plantadas irregularmente em áreas de restinga.
Segundo a engenheira agrônoma Elaine Zuchiwschi, coordenadora do Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras executado pelo IMA, muitas flores ou espécies plantadas em jardins são exóticas para o local.
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Mesmo ocupando as áreas degradadas, podem não exercer funções como fornecer frutos para a fauna local, estrutura de raízes que garanta a estabilidade das dunas, resistência à solos pobres em nutrientes e à exposição solar intensa.
Além disso, Elaine explica que as “plantas exóticas invasoras” possuem grande capacidade de se multiplicar e dominar o espaço, se desenvolvem bem em ambientes desequilibrados e têm vantagens competitivas sobre espécies nativas.
De acordo com o Plano Municipal da Mata Atlântica da Capital catarinense, ainda restam 5.589 hectares de restinga, cerca de 20% da área total do município, que devem ser conservados e cuidados pela população.
— Qualquer intervenção, mesmo que seja de baixo impacto ambiental, assim como para a restauração de restingas degradadas, precisa de prévia autorização do órgão ambiental competente, no caso, em Florianópolis, da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) — diz.
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Restauração ambiental
Elaine afirma que algumas iniciativas de plantio de mudas no município, ainda que bem intencionadas, podem levar à degradação das áreas que estão tentando ajudar.
— A introdução de espécies exóticas e exóticas invasoras nas restingas não é permitida por lei porque essas espécies, como amendoeiras, pínus, girassol-mexicano, aspargo-ornamental, jambolão e espada-de-são-jorge, tendem a ocupar, com o tempo, o espaço de espécies nativas, gerando impactos ao meio e mudanças em processos naturais.
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Muitas dessas áreas estão bastante degradadas em função do trânsito de pessoas e veículos e também pela presença de espécies exóticas invasoras, por isso o sentido das ações de conservação deve ser o da retirada dessas pressões negativas sobre o ambiente, como barreiras de proteção para possibilitar a restauração dessas áreas.
Em 2012 foi publicada no estado uma Lista Oficial de Espécies Exóticas Invasoras que não devem ser utilizadas para fins de restauração ambiental.
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Antes de decidir que espécie usar nos plantios, a orientação é que seja feita a consulta ao documento e também acessar a Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras para assegurar a decisão e não criar um problema ambiental.
A indicação é por escolhas de plantas nativas locais, respeitando cada ambiente e composição, e também procurar projetos de voluntariados que possuem autorização para as ações.
Cinco espécies exóticas invasoras em restingas de SC
Amendoeira, Terminalia catappa

Cheflera, Schefflera arboricola

Girassol-mexicano, Tithonia diversifolia

Onze-horas, Carpobrotus acynaciformis

Piteira, Furcraea foetida

*Com informações de G1/SC