A Polícia Federal descobriu um esquema que desviou R$ 100 milhões de contratos consignados de servidores públicos para o bolso de políticos do PT e o que fazem os senadores? Reclamam que o apartamento funcional de um parlamentar foi alvo de busca e apreensão, sem autorização do Supremo Tribunal Federal. O ato da PF pode até ser questionável, mas a indignação contra a roubalheira é que deveria ser a prioridade de nossos parlamentares. Acontece que, neste momento, o que fala alto no Congresso é o corporativismo. E a velha cultura da corrupção.
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Todos os grandes partidos contam com, ao menos, um rabo preso na Lava-Jato. E o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é um dos mais enrolados. Acuados, tentam se blindar. A proposta de mudanças nas regras da delação premiada é a ponta mais visível desta autoproteção. Se o STF tivesse acolhido o pedido de prisão de Renan, José Sarney (PMDB-AP) e Romero Jucá (PMDB-RR), o Senado estava pronto para derrubar a medida em plenário, independentemente do efeito junto ao eleitorado. E muitos confessam que se arrependem de ter aprovado a prisão do ex-senador e ex-petista Delcídio do Amaral (MS).
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Na Câmara, o peemedebista Eduardo Cunha (RJ) está prestes a ser cassado porque não há como contestar as provas encaminhadas pelo Ministério Público ao STF. Ele tem contas na Suíça. As decisões do Supremo na Lava-Jato pressionaram os deputados a tomar uma atitude. Muitos resistiram até o limite, em razão de compromissos com Cunha e até pelo espírito de corpo. Nem as prisões assustam. Enquanto a PF e o MP estão nas ruas, as velhas práticas continuam.
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Neste cenário, surge a denúncia de que deputados achacam empresários em CPI. O fisiologismo continua dando das cartas. Mesmo com a aprovação da Lei das Estatais, finalmente com critérios para indicações, os partidos se digladiam para emplacar afilhados.
Políticos que há anos comandam o país querem que continue tudo como sempre foi. Estão atônitos com investigadores da PF e do MP que usam a lei para chutar a porta.
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