Primeiro, o técnico Oleg Ostapenko criticou a escolha. Depois, a própria Daiane dos Santos confessou enfrentar dificuldades para coreografar País Tropical. Agora, é a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) quem anuncia: o hit de Jorge Ben Jor não vai mais embalar as apresentações da maior ginasta do Brasil de todos os tempos.
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País Tropical parecia ser a música ideal em setembro do ano passado, quando foi anunciada pela gaúcha. Tanto atleta como a CBG queriam um hit que exaltasse o país, da mesma forma como ocorreu com Brasileirinho, de Waldir Azevedo. Auxiliada por Roni Ferreira, ex-ginasta e coreógrafo, e Wanderlei Lopes, primeiro bailarino do Teatro Municipal de Curitiba, Daiane chegou a se apresentar oficialmente em 1º de outubro no palco do Teatro Municipal.
Apesar de ganhar tons acelerados, País Tropical não agradou a Oleg Ostapenko. Na época, ele disse que a música só era boa para “sambar” e que isso “não valia ponto”. Um mês depois, a própria ginasta revelou a ZH os obstáculos enfrentados com o tema.
– Foi um problema técnico. Não deu para reconstituir a música direito. O tempo dela era maior que as diagonais e demoraria mais tempo para consertar. Aquela apresentação que fizemos em Curitiba não foi autêntica. Não seria com aquela que competiria – explicou a gaúcha em novembro, dias antes de viajar para a Austrália e disputar o Mundial de Solo ao som de Brasileirinho.
As dificuldades surgiram porque País Tropical apresenta 20 paradas (quebras de ritmo) contra apenas cinco do chorinho de Azevedo, com o qual disputou a Olimpíada de Atenas/2004. Além disso, a CBG havia sido procurada pelo Grupo Editorial Musical Arlequim. Ao contrário da viúva de Azevedo, que agradeceu à atleta pela homenagem, a empresa cobrou os direitos autorais. Como as principais competições internacionais exigem provas de que as questões autorais das músicas estão resolvidas, Daiane desistiu. Foram quatro meses de espera.
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– A liberação só chegou segunda-feira. Durante este tempo, ela não treinou porque não poderia competir – lamentou Cristian Rios, procurador da ginasta.
Desapontado, Jorge Ben Jor afirmou ter aberto mão do seu direito autoral. Por meio de sua assessoria de imprensa, revelou que achava que a situação havia sido resolvida no ano passado.