Comunicado confuso do Hospital Universitário da UFSC gerou um tumulto ontem. Papel dava a entender que segunda-feira era o único dia para remarcar consultas, mas o serviço continua normalmente. Ainda existem cerca de 11 mil horários disponíveis.
Continua depois da publicidade
Leia também:
>> Acompanhe as notícias da Grande Florianópolis
>> Curta a página da Hora de Santa Catarina no Facebook
Continua depois da publicidade
O reagendamento de consultas médicas no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) para os próximos três meses, na manhã dessa segunda-feira, 9, foi marcado por tumulto e confusão. Um comunicado emitido pelo hospital aos pacientes não informava que o reagendamento poderia ser feito a partir de segunda-feira. Isso fez com que a população fosse em peso para garantir as consultas. Mas de acordo com o diretor-geral do HU, Carlos Alberto Justo da Silva, ainda existem aproximadamente 11 mil horários de consultas a serem preenchidos.
– A cada trimestre abrimos agenda para 12 mil pacientes. Na segunda-feira, recebemos cerca de mil pessoas. A população ainda pode vir ao HU para remarcar os horários. O tumulto aconteceu porque existem especialidades e médicos mais procurados que, consequentemente, atraem a população para garantia do atendimento – justifica.
Segundo o hospital, a demanda é maior em especialidades como endocrinologia, cardiologia, neurologia e reumatologia, onde há escassez de oferta de profissionais.
Continua depois da publicidade
– Estamos em busca de soluções. O certo seria aumentar o número de médicos e, para isso, estamos dialogando com Estado e município. Mas não deixaremos de atender as pessoas – promete.
Só piorou
O diretor-geral do HU também explica que as remarcações de consultas médicas para o trimestre seriam a partir das 9h e para o próprio dia seriam das 7h às 9h _ fator que, somado às chuvas no início da manhã, aumentou a confusão.
– Tivemos que separar os idosos com prioridade de atendimento, mas não houve respeito às normas. Todos entraram com a abertura das portas às 7h – diz.
Continua depois da publicidade
Pacientes se queixam
Centenas de pacientes, a maioria idosos, ficaram aglomerados pelos corredores e recepção do prédio e reclamaram da falta de estrutura para aguardar atendimento. Joana Santos Feijó, 60, saiu de Palhoça antes do amanhecer para remarcar uma consulta para a filha no hospital. Por volta das 8h30min, não aguentou o abafamento na recepção e desmaiou.
Ela foi levada por duas seguranças que faziam o que podiam para ajudar quem passava mal. No lado de fora, com a ajuda de populares, se recompôs e desabafou:
– Somos idosos e merecemos respeito, mas somos tratados como animais.
Esperando na chuva
Edinéia Dambros, 38, foi reagendar a consulta para os pais. Estava completamente angustiada com o que viu. Ela afirma que, antes da abertura da recepção, um temporal atingiu quem aguardava na fila. Pessoas em cadeiras de rodas e com situação de saúde delicada passaram dificuldades, segundo Edinéia.
Continua depois da publicidade
– Até janeiro conseguia remarcar a consulta direto com o médico. Agora existem dois dias úteis para a remarcação. O Estado inteiro está aqui. Não existe aumento de funcionário. Como podem fazer isso com a população? – questiona.
HU estuda novo modelo
Quando o paciente sai do consultório no HU, ele recebe um lembrete do médico com a data para marcar o retorno. Até o ano passado, o reagendamento poderia ser feito logo na saída do ambulatório, após a consulta, mas o diretor-geral do HU explica que o modelo não deu certo.
– Adotamos essa forma de atender em 2014, para garantir que os pacientes não faltassem mais às consultas. Mas reconheço que ainda precisamos encontrar um procedimento melhor. Estamos estudando realizar os agendamentos por áreas ou unidades em dias separados, por exemplo – explica.
Continua depois da publicidade
*Colaborou: Guto Kuerten