Pelo menos 11 pessoas teriam morrido em confrontos entre a polícia e manifestante durante a realização do referendo constitucional no Egito. O referendo é um passo decisivo na legitimação do poder transitório, depois da destituição do ex-presidente Mohamed Mursi pelos militares, em julho de 2013.

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A polícia usou gás lacrimogêneo e armas de fogo para dispersar os manifestantes da Irmandade, que apelou ao boicote ao referendo e tenta dificultar o processo de votação. Por outro lado, o presidente interino do Egito, Adly Mansur, apelou aos eleitores que votem sim no referendo à nova Constituição como forma de apoiarem o plano de transição e a luta contra o terrorismo. A votação no referendo ‘não é só a favor da Constituição, mas também a favor do roteiro’ de transição, disse Mansur depois de votar no Cairo. ‘O povo tem de mostrar ao terrorismo que não tem medo de nada’, acrescentou.

No total, foram detidos simpatizantes da Irmandade no Cairo, em Alexandria, em Sohag e em Damoeta. No Cairo, registaram-se confrontos em várias regiões, sobretudo na Avenida das Pirâmides, no bairro de Giza, assim como na parte leste da capital, no distrito de Cidade Nasser, e a norte, em Heluan. Antes da abertura das urnas, uma bomba explodiu perto de um tribunal no bairro de Imbaba, no Cairo, sem ter deixado vítimas.

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No Cairo, uma bomba explodiu em frente a um tribunal, pouco antes de os locais de votação serem abertos. O atentado não deixou vítimas e é o último de uma série de ações violentas que ocorrem há meses no país mais populoso da região árabe, com cerca de 85 milhões de habitantes.

Mais de 52,7 milhões de eleitores estão convocados nesta terça e na quarta-feira a votar o novo texto constitucional. As previsões indicam que a Constituição deve ser aprovada fornecendo uma base legal ao Executivo de transição e abrindo o caminho para novas eleições legislativas e presidenciais que deverão decorrer até o final de 2014.

Na sequência do afastamento de Mursi, o Parlamento foi dissolvido e a Constituição, redigida por uma Assembleia Constituinte de maioria islâmica, recebeu diversas emendas.

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A Aliança Nacional de Apoio à Legitimidade, uma coligação islâmica liderada pela Irmandade Muçulmana contra a deposição de Mursi, anunciou que vai boicotar o referendo.

O grupo Jovens contra o Golpe, ramo juvenil da coligação islâmica, também prometeu boicotar a consulta e promover atos de desobediência civil.

Os partidos e grupos incluídos na Frente de Salvação Nacional, o principal bloco da oposição que se opôs ao mandato de Mursi e que inclui seis partidos, anunciaram apoio à nova carta.

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