Um soldado israelense e seis palestinos morreram no domingo em uma troca de tiros durante uma operação militar do Estado hebreu na Faixa de Gaza, o que pode acabar com as esperanças do retorno da calma ao território.

Continua depois da publicidade

O exército israelense informou em um comunicado que “um agente das IDF (Forças de Defesa de Israel) morreu e outro agente ficou levemente ferido” durante uma troca de tiros. O texto afirma que o militar morto tinha patente de “Lt. Col.”, ou seja, tenente-coronel, e o identificou apenas com a inicial de seu nome, M.

As brigadas Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hamas, anunciou que a operação foi protagonizada pelas forças especiais israelenses, que tentaram entrar a partir do leste de Khan Yunis, ao sul do território, em um veículo civil.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu encurtar sua visita a Paris e retornar a Israel, informou o governo. Netanyahu participava na capital francesa nas cerimônias do centenário do Armistício da Primeira Guerra Mundial.

Continua depois da publicidade

Em um primeiro momento, o exército israelense informou uma troca de tiros em um breve comunicado e seu porta-voz, Jonathan Conricus, chegou a afirmar que todos os soldados envolvidos na operação haviam retornado a seu país.

Depois da troca de tiros, o exército identificou 17 disparos de foguetes a partir da Faixa de Gaza contra Israel. Três projéteis foram interceptados pela defesa antimísseis de Israel.

Israel não informou o local de queda dos demais foguetes.

O porta-voz do ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al Qodra, informou que seis palestinos morreram nos confrontos.

Continua depois da publicidade

Entre os mortos está um comandante local das brigadas Ezzedin al-Qassam, identificado como Nur Baraka.

O Hamas, movimento islamita que controla Gaza, denunciou um “ataque covarde israelense”.

Fontes palestinas citaram ataques aéreos de Israel.

A troca de tiros aconteceu em um momento de aparente estabilidade da situação em Gaza, depois de meses de confrontos mortais entre palestinos e soldados israelenses perto da barreira de segurança que separa o território palestino de Israel.

As autoridades do Estado hebreu haviam autorizado o Catar a enviar 15 milhões de dólares para pagar os salários dos funcionários da Faixa de Gaza.

Continua depois da publicidade

O primeiro-ministro Netanyahu afirmou no sábado que a medida ajudava a restabelecer a calma.

“Não vou retroceder ante uma guerra necessária, mas quero evitá-la se não for indispensável”, disse.

Ao menos 227 palestinos, incluindo os seis de domingo, morreram desde 30 de março por tiros israelenses, principalmente durante as manifestações contra o bloqueio do território por Israel, mas também em ataques israelenses em resposta aos lançamentos de foguetes.

Dois soldados israelenses morreram no mesmo período, incluindo a vítima de domingo.

A violência provoca o temor de uma nova guerra em Gaza, que seria a quarta desde 2008 em um território no qual dois milhões de pessoas vivem entre os bloqueios de Israel e do Egito, a pobreza e a escassez.

Continua depois da publicidade

* AFP