Pelo menos 36 pessoas morreram em decorrência de um confronto entre mineiros e policiais, no noroeste da África do Sul, na região de Marikana. No confronto, cujas imagens chocantes foram exibidas pela TV sul-africana, a polícia atira contra um grupo de manifestantes, que caem em meio a uma nuvem de poeira.

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Anteriormente, dez pessoas, inclusive policiais, foram mortos também durante protestos. A mina da Companhia Lonmim é uma da maiores produtoras mundiais de platina, com 28 mil funcionários.

O presidente da Lonmin, Roger Phillimore, atribuiu às forças da ordem a responsabilidade pelos sangrentos confrontos.

– A polícia sul-africana estava encarregada da ordem e da segurança no local desde o início da violência entre sindicatos rivais, no final de semana – assinalou Phillimore em um comunicado publicado na noite desta quinta-feira.

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– É claro que condenamos profundamente estas mortes, o que constitui claramente uma questão de ordem pública acima do conflito social.

Para especialistas, é o confronto mais grave registrado no país desde o fim do regime do apartheid (que não concedia direitos à população negra) em 1994. O secretário-geral do Sindicato Nacional de Mineiros (cuja sigla é NUM), Frans Baleni, lamentou as mortes.

– Estou extremamente triste. Essas mortes poderiam ter sido evitadas – disse.

Os confrontos começaram na tarde de quinta-feira, quando os policiais tentaram dispersar os mineiros, que protestavam. Os mineiros se reuniram para exigir melhoria nas condições de trabalho e elevação dos salários de US$ 480 para aproximdamente US$ 1.640. Os protestos começaram há uma semana.

Os episódios de violência levaram o Congresso da África do Sul a cobrar das autoridades públicas investigações sobre os confrontos.

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– O partido ficou chocado e entristecido com o que aconteceu no Longmin da mina – disse o porta-voz do partido ANC, Jackson Mthembu.