Em discussões esperadamente tensas e sem consenso no início da cúpula do G-8 ontem na Irlanda do Norte, o presidente russo Vladimir Putin manteve divergências com o americano Barack Obama e o francês François Hollande sobre o conflito sírio. O tema foi recorrente em reuniões bilaterais à margem das sessões de trabalho no luxuoso complexo de Lough Erne.

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Casa Branca rejeita zona de exclusão aérea na Síria

Após o encontro com Obama, Putin afirmou que as duas potências não abandonaram o projeto de uma conferência de paz, que vem sendo planejada desde maio entre Washington e Moscou para abrir as negociações entre as partes envolvidas, mas a sua realização tornou-se improvável.

– Obviamente, temos opiniões divergentes, mas temos a intenção de pôr fim à violência na Síria (…) Concordamos em estimular as diferentes partes a sentar à mesa de negociações – destacou o governante russo.

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O outro assunto em pauta nesta segunda feira foi o resultado das eleições no Irã. Estados Unidos e Rússia se demonstraram “prudentemente otimistas” sobre a questão nuclear iraniana após a eleição do novo presidente Hassan Rouhani, declarou o presidente americano, Barack Obama.

Os dois chefes de Estado esperam que seja possível “fazer com que o diálogo progrida” com a chegada ao poder do clérigo moderado, apoiado pelo campo reformista.

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– Tentaremos fazer resolver essa questão demaneira bilateral e dentro do processo de negociações internacionais – explicou Putin.

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Durante sua primeira coletiva de imprensa desta segunda, o presidente Rouhani, que deve assumir suas funções em agosto, manteve a linha do regime islâmico sobre o tema, descartando qualquer suspensão do enriquecimento, mas prometeu uma transparência maior.

O Irã é acusado pelo Ocidente e por Israel de querer produzir a arma atômica sob pretexto de um programa nuclear civil, algo que a República Islâmica nega.