O número de vítimas da repressão na Síria é de “muito mais de 7.500 mortos”, declarou nesta terça-feira um alto funcionário da ONU.

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– Agora há informes confiáveis de que o número de mortos excede os 100 civis por dia, incluindo muitas mulheres e crianças. O total estaria efetivamente acima dos 7.500 – disse o funcionário.

Observadores sírios de direitos humanos afirmaram que mais de 7.600 pessoas morreram nos últimos 11 meses, mas este é o maior valor dado até agora pelas Nações Unidas.

Lynn Pascoe, secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Políticos, admitiu, contudo, no Conselho de Segurança, que as Nações Unidas não podiam “dar cifras precisas” do número de mortos durante as manifestações opositoras na Síria. Pascoe afirmou que o fracasso da comunidade internacional para “deter o massacre” incentivava o governo sírio a acreditar que podia agir com impunidade.

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– Infelizmente, a comunidade internacional fracassou em sua obrigação de deter o massacre e as ações e inações parecem ter fomentado no regime a crença de que estava impune para realizar a destruição sem sentido de seus cidadãos – disse Pascoe em uma conferência sobre o Oriente Médio diante do Conselho de Segurança da ONU.

Rússia e China vetaram duas resoluções do Conselho de Segurança da ONU que pretendiam condenar a violência da Síria, mas diplomatas afirmaram que as negociações podem levar em breve a uma nova resolução exigindo o acesso humanitário à Síria.

Cerca de 25 mil refugiados, segundo registros da ONU, encontram-se em países limítrofes da Síria e entre 100 e 200 mil estão desabrigados dentro do país, acrescentou Pascoe.

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Brasil mantém embaixada

O embaixador do Brasil na Síria, Edgard Antonio Casciano, deve ser mantido em Damasco como sinalização que o governo brasileiro está disposto a cooperar com o diálogo em busca do fim do impasse no país. A exemplo da Turquia, que comanda as negociações de paz na região, o Brasil vai manter a representação diplomática na Síria para dar suporte aos cerca de 3 mil brasileiros que vivem no país.

Ao longo dos últimos dias, os governos dos Estados Unidos, da França, da Itália, do Reino Unido e do Egito convocaram seus embaixadores na Síria e determinaram que deixassem Damasco. O governo brasileiro acompanha de perto as negociações para encerrar o impasse na Síria.