*Sylvia Colombo

As autoridades sanitárias confirmaram, no começo da tarde desta terça-feira (3), o primeiro caso do novo coronavírus na Argentina. Trata-se de um paciente que já estava internado na clínica Suiço-Argentina, no bairro de Palermo, em Buenos Aires.

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O homem, que tem entre 40 e 47 anos, voltou no domingo de uma viagem à Espanha e à Itália, onde teria adquirido o vírus.

Nas últimas semanas, as autoridades sanitárias começaram a realizar controles nos aeroportos internacionais, em voos vindos da Europa, dos EUA e da China, tomando temperatura e pedindo que as pessoas preenchessem formulários. Este caso, porém, teria passado batido pelo controle.

No Brasil há dois casos confirmados, ambos em São Paulo, e 433 suspeitos, segundo o Ministério da Saúde – Santa Catarina tem 36 casos suspeitos.

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América Latina em alerta

Na Bolívia, o ministro da Saúde, Aníbal Cruz, afirmou no Twitter que o país não fechará as suas fronteiras. “Estaríamos impulsionando o fluxo migratório ilegal, seria um prejuízo e não poderíamos identificar casos suspeitos”. Ele disse ainda que o país está preparado para detectar, isolar e tratar o coronavírus. “Até o momento, descartamos dois casos suspeitos, graças ao plano de resposta intersetorial que implementamos”.

A presidente interina do país, Jeanine Áñez, anunciou a aprovação de um decreto que permite aos governos locais a compra direta de medicamentos, insumos, equipamentos e serviços de consultoria para fazer frente à epidemia do coronavírus.

— Pedimos tranquilidade à população, que se informem pelos canais oficiais, não minimizamos a situação, mas estamos assumindo as ações de prevenção do coronavírus com a maior responsabilidade — disse.

Como medida de controle sanitário, o Chile determinou que, desde segunda (2), todos os passageiros que cheguem ao país façam uma declaração jurada sobre seu histórico de viagem dos últimos 30 dias e seu estado de saúde.

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A subsecretária de Saúde Pública, Paula Daza, disse que “a chegada do Covid-19 ao país é iminente”. Ela disse ainda que o Chile vem se preparando para essa situação, tomando medidas de vigilância, fortalecendo hospitais e as redes de diagnóstico.

Ainda de acordo com a subsecretária, os casos sob vigilância “são de pessoas que chegaram de lugares com alta circulação do vírus, que não apresentam sintomas e são saudáveis. Mas eles foram recomendados a ficar em suas casas por 14 dias. Até o momento, tivemos cerca de 500 pessoas em acompanhamento, das quais cerca de 200 já completaram o período de quarentena e foram liberados a retomar suas vidas normais”.

Outros países

Na Colômbia, o governo aumentou o risco de contaminação de moderado a alto, embora não haja nenhum caso confirmado. Guatemala, Uruguai, Paraguai, Venezuela e El Salvador também não registraram casos.

Em Honduras, o governo destinou mais de 110 milhões de lempiras (cerca de R$ 20 milhões) para enfrentar o coronavírus e afirmou que o Laboratório Nacional de Virologia está abastecido e conta com pessoal qualificado para lidar com a doença. O país já descartou dois casos suspeitos.

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No Panamá, a ministra de Saúde, Rosario Turner, informou que há 850 pessoas em observação epidemiológica. O ministério comunicou que estão observando não apenas pessoas que chegaram da China, mas também da Itália e da Coreia do Sul.

No Peru, o governo disse que o vírus provavelmente já está no país. O infectologista do Instituto Nacional de Saúde do Ministério da Saúde peruano Manuel Espinoza, disse que o controle de portos, aeroportos e fronteiras terrestres só permite detectar 10% dos infectados.

— Portanto, 90% dos viajantes infectados vão entrar, possivelmente. Tudo é possível. As pessoas devem entender que, se houver um novo microorganismo, haverá muitos expostos. Não há doenças, mas pessoas doentes. Um grande grupo será infectado e não ficará doente, mas não sabemos quantos; enquanto outro grupo importante ficará doente e acontecerá como um resfriado leve e nunca irá a uma clínica ou hospital — disse o médico.