Foi confirmado nesta segunda-feira o primeiro caso de Gripe A do ano na Serra Catarinense. A paciente é uma mulher de 53 anos que vive em Lages. Ela ficou cinco dias internada, mas não chegou a ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e já teve alta. Quatro pessoas morreram em Santa Catarina vítimas da Gripe A este ano.

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A mulher, cuja identidade não foi revelada pela Gerência Regional de Saúde, apresentou os primeiros sintomas característicos da gripe, como febre, dor de cabeça e dores pelo corpo, e foi internada no Hospital Tereza Ramos na última quinta-feira, dia 24.

Exames foram feitos e encaminhados ao Laboratório Central (Lacen), em Florianópolis, que nesta segunda-feira, dia em que a paciente teve alta médica do hospital, confirmou tratar-se do vírus H1N1. A mulher está sendo medicada e os seus familiares serão acompanhados por 10 dias pela Vigilância Epidemiológica.

Até a tarde desta segunda-feira, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) havia confirmado 52 casos de H1N1 neste ano em Santa Catarina, sendo quatro mortes – duas na região de Rio do Sul, uma em Itajaí e uma em Blumenau – e outros 11 casos de gripe sazonal (comum), com duas mortes – uma na região de Araranguá e uma na região de Xanxerê.

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– Esta proporção mostra que a taxa de letalidade da gripe sazonal é 2,3 vezes maior que o vírus H1N1. Ou seja, é mais fácil morrer com a gripe comum -, diz o diretor de Vigilância Epidemiológica da SES, Fábio Gaudenzi de Faria.

A campanha de vacinação foi prorrogada até 1º de junho, Santa Catarina é o Estado mais perto de alcançar a meta de imunizar 80% dos 915 mil catarinenses que são alvo da vacina. Até esta quinta-feira, 74,9% tinham sido imunizados. As quatro mortes, neste ano, por gripe A, no Estado, reforçam a necessidade de as pessoas tomarem a dose.

>>> Leia todas as notícia sobre a Gripe A no Diário Catarinense

Tira dúvidas

Contra quais gripes a vacina protege?

Para 2012, a vacina influenza é trivalente. Isto é, composta por três vírus inativados: vírus similar ao vírus influenza A (H1N1), vírus similar ao vírus influenza A (H3N2) e vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane. Ela protege contra as formas mais comuns da gripe nesta temporada e contra o vírus da gripe A.

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Quais grupos devem receber a vacina?

Na Campanha Nacional de Vacinação de 2012, a vacina contra gripe estará disponível gratuitamente para:

– pessoas acima de 60 anos;

– crianças de 6 meses a menores de 2 anos;

– gestantes;

– trabalhadores das unidades de saúde que fazem atendimento aos pacientes com o vírus da gripe;

– indígenas;

– detentos;

– pacientes com doenças crônicas e imunodeprimidos que apresentarem receita médica em qualquer posto de saúde.

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Por que o Ministério da Saúde priorizou esses grupos?

Estudos indicam que alguns grupos da população, principalmente idosos, grávidas e crianças pequenas, correm mais risco de ter complicações em decorrência da gripe, como uma pneumonia, e morrer pela doença.

Não pertenço a esses grupo, posso tomar a vacina?

Pode. Mas deverá procurar uma das clínicas cadastradas no site da Dive www.dive.sc.gov.br. O preço médio é de R$ 70.

Quem se vacinou no ano passado, precisa se vacinar de novo?

Sim, já que a imunidade contra a gripe dura até um ano após tomar a vacina. E também porque a sua composição é feita conforme os vírus que circularam no ano anterior.

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Onde é aplicada?

Nos adultos, na região do quadril ou no músculo do braço. Nas crianças, na coxa.

Pode se vacinar se estiver gripado?

Se estiver com febre, é melhor esperar, por precaução.

Posso ficar gripado (a) depois de me vacinar?

Não, isso é um mito. A vacina contra a influenza contém vírus mortos ou apenas pedaços dele que não conseguem causar gripe. Na época em que a vacina é aplicada, circulam diversos vírus respiratórios diferentes, que podem não ser o da gripe em questão, e as pessoas podem acabar infectadas por não estarem ainda imunizadas. A pessoa pode também pegar um resfriado, já que a vacina não protege contra resfriados.

Qual a diferença da gripe A e do resfriado?

Tanto a gripe quanto o resfriado têm coriza, irritação na garganta, picos de febre e espirros. Na gripe, o paciente sente mal-estar e dor no corpo. No caso da gripe A, os sintomas são os mesmos, mas os efeitos são mais intensos e aparecem mais rapidamente. Também provoca falta de ar e afeta o estômago.

Quais os meios de transmissão dos vírus da gripe e do resfriado?

A transmissão ocorre quando as secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada são transmitidas para outra por meio da fala, da tosse, do espirro ou pelo toque, levando o agente infeccioso direto à boca, olhos e nariz do receptor.

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A vacina contra gripe imuniza contra resfriado?

Não. A vacina influenza protege contra os vírus da Influenza que estão circulando no país e pode mudar a cada ano.

A vacina tem alguma contraindicação?

A vacina não é recomendada para quem tem alergia à proteína do ovo, isto é, entre aqueles que já apresentaram forte reação alérgica pelo menos duas horas depois de comer ovo. Esse tipo de alergia é bastante rara. A vacina também é contraindicada a quem já teve reações adversas a doses anteriores a um dos componentes da vacina. Nestas situações recomenda-se passar por avaliação médica para saber se pode ou não tomar a vacina.

Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?

Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre duas a três semanas após a vacinação e apresenta, geralmente, duração de seis a 12 meses.

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Fora do período da campanha é possível me vacinar?

Não pelo SUS. Após a campanha só serão vacinadas a população prisional e pessoas que apresentem condições clínicas específicas.

Fonte: Manual de vacinação da Dive, Ministério da Saúde