É oficial. Quem vier a Salvador assistir aos jogos da Copa do Mundo em 2014 não terá o metrô como opção de transporte. A afirmação de Harald Peter Zwetkoff, presidente da CCR Metrô Bahia, vencedora da licitação de operação do modal. Prestes a completar 14 anos de obra, a primeira linha de metrô da capital baiana, uma das menores do mundo, com apenas 6 quilômetros, só deve entrar em funcionamento em setembro do ano que vem, dois meses após o fim do torneio.

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A segunda linha, que ainda não tem trajeto definido, deve ficar pronta em pelo menos quatro anos. Em entrevista recente a Zero Hora, a assessora de mobilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Sedur), Grace Gomes, que também é coordenadora estadual do Plano de Mobilidade para Grandes Eventos de Salvador, afirmou que a obra do metrô não estava na Matriz de Responsabilidades da cidade para a Copa porque não tinha foco no evento. Nem nos turistas.

– É uma ação para a cidade, não para a Copa, por isso não atrelamos uma à outra – justificou.

Fato é que, em maio de 2012, o secretário estadual da Casa Civil e pré-candidato do PT ao governo do Estado, Rui Costa, garantiu que o metrô estaria rodando comercialmente durante o Mundial. Mas com a falta de interesse dos consórcios operadores e a indecisão sobre a gestão estatal, que poderia ficar a cargo do Estado ou da prefeitura, a obra acabou saindo da matriz de responsabilidades no fim do ano passado.

Em abril deste ano, após uma série de reuniões, o prefeito ACM Neto aceitou passar a gestão do metrô para o governo estadual. A licitação para a Parceria Público Privada (PPP) só teve um concorrente, o Grupo CCR, que levou a negociação com uma oferta de R$ 127,6 milhões. O consórcio promete inaugurar as duas linhas em etapas, começando pelo trecho Lapa-Retiro – que, mesmo pronto, ajudaria pouco durante a Copa, por não atingir diretamente a área da Arena Fonte Nova, que fica no Dique do Tororó, nem os polos hoteleiros da cidade.

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Em janeiro de 2015, deve começar a funcionar o trecho ligando as estações da Lapa e Pirajá. O trecho que povoou os sonhos de baianos e turistas, saindo do aeroporto Dois de Julho para a Estação da Lapa, ainda não está definido. Se existir, ficará para 2017.

Ao final da obra, a estimativa é de que o projeto terá custado R$ 3,9 bilhões, dos quais R$ 1,3 bilhão será pago pela União, R$ 1 bilhão pelo Estado e R$ 1,6 bilhão pela CCR. Com este valor, serão 19 estações ao longo de 33,4 quilômetros de trilhos.