A morte de um motorista na madrugada desta quinta-feira aumentou para oito os óbitos na SC-418, conhecida como Serra Dona Francisca, apenas neste ano. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o número já está acima da média, se comparado aos anos anteriores.
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Conhecida pelas belezas naturais e uma vista privilegiada, a rodovia também é famosa pelo trajeto sinuoso, principalmente, na região da serra, apresentando pontos que exigem atenção redobrada dos motoristas.
O número de mortes vem aumentando na SC-418 pelo menos nos últimos cinco anos. Em 2010, foram cinco, número que cresce anualmente e que chegou a 16 no ano passado (220% a mais).
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Até agora, nos primeiros quatro meses de 2014, foram sete mortes, que, somadas à registrada na madrugada de 1º de maio chegam à metade de óbitos ocorridos no ano passado.
Segundo o subtenente João Filhakoski, comandante do posto da PMRv em Campo Alegre, o primeiro semestre é, historicamente, quando ocorrem mais acidentes fatais na rodovia.
-É quando as condições climáticas contribuem, há mais neblina, garoa e a pista está mais úmida-, explica.
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São cerca de 7 mil veículos trafegando diariamente pelos 68 quilômetros da SC-418, que vai da entrada da BR-101, no distrito de Pirabeiraba, zona Norte de Joinville, até o distrito de Fragosos, em Campo Alegre, na divisa de Santa Catarina com o Paraná.
Há 22 anos trabalhando no posto da PMRv, o comandante Filhakoski ressalta que, quando há maior fluxo de veículos, o número de acidentes diminui. A lógica é de que o excesso de velocidade seja o grande vilão nas mortes que ocorrem na serra.
Durante a descida, em meio ao congestionamento, a equipe de reportagem do “AN” presenciou pelo menos três caminhões e cinco veículos ultrapassando em local proibido na rodovia.
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Apesar de entender que a imprudência é a principal causa dos acidentes e mortes no local, o subtenente admite que a estrada tem seus problemas. Placas apagadas ou encobertas pela vegetação e buracos na rodovia são falhas visíveis no trajeto.
– A estrada é sinuosa e estreita com veículos pequenos e grandes dividindo o mesmo espaço. Em alguns pontos, há a necessidade de melhorias, como redutores de velocidade, acostamento mais largo e uma sinalização mais agressiva. Inclusive, já passamos propostas de melhorias para o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), responsável pela manutenção da rodovia-, conta.
Confira quais são os pontos mais perigosos da rodovia:
A rodovia passou a ser chamada de SC-418 em 2013, antes era denominada SC-301
1º ponto: Alto da Serra
Neste ponto, ocorrem mais acidentes com caminhões, principalmente, de carga mais alta, como os que carregam contêineres, madeira ou grãos. Segundo a PMRv, é comum os motoristas entrarem na curva em velocidade acima do permitido e, após concluírem a curva, não conseguirem controlar o caminhão. A carga escorrega para o lado e faz com que o caminhão tombe ou se envolva em acidentes. Logo após a curva, para quem desce a rodovia, há uma área com terra onde é possível ver marcas de acidentes, como restos de carga e partes de caminhões quebrados.
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2º ponto – Localidade do rio do Júlio
É o ponto de maior índice de mortes e onde mais se repetem acidentes na rodovia. Foi neste ponto onde uma mulher de 42 anos morreu no último dia 22, quando bateu na lateral de uma carreta. De acordo com a PMRv, é nessa curva em que ocorrem mais colisões, geralmente, pela imprudência dos motoristas em relação a velocidade. Segundo o subtenente Filhakoski, são no mínimo três mortes por ano, em média, nesse ponto.
3º ponto – 1ª curva da Serra (para quem desce)
É o local onde ocorrem mais acidentes com caminhões de cargas pesadas. Os motoristas descem em alta velocidade e não conseguem segurar o veículo na curva. Nesse trecho, há uma faixa de terra, com pedaços de madeiras e restos de caminhão. Segundo a PMRv, as pessoas envolvidas em acidente na primeira curva da serra, geralmente, são as que conhecem bem o local e acabam subestimando o percurso. Patrulheiros da Polícia Militar Rodoviária já flagraram um veículo a 148km/h nesse trecho da rodovia.