A adesão à greve dos professores estaduais nas escolas da região Norte é parcial e provoca uma situação inusitada. Em algumas instituições, aula normal (ou quase). Em outras, corredores e salas vazias e estudantes sem ter o que fazer. Enquanto há escolas em que a adesão chega a 95%, em outras instituições, a paralisação mal chega a surtir alguma diferença.

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Confira a situação de algumas escolas estaduais

Mas, na maioria dos casos, os alunos passam pela rotina, quase diária, de ter as aulas vagas preenchidas com recreios expandidos e atividades de lazer.

Além da falta dos professores, as escolas têm aprendido a conviver com a baixa frequência dos alunos. Na tarde desta segunda, por exemplo, nenhum estudante compareceu à Escola Celso Ramos, no Bucarein, mesmo que metade das aulas ainda esteja normalizada. Dos 60 professores que atuam na unidade, 30 aderiram à greve.

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– Ninguém foi dispensado. Tivemos poucas aulas de manhã. Estamos na expectativa de que termine logo (a greve) -, diz a diretora, Karla Abumanssur.

Na zona Sul, a Escola Marli Maria de Souza, amarga a falta de um terço dos professores. Mesmo assim, as turmas continuam em sala. E não é para menos. Dos quase dois mil alunos, cerca de 600 não vão para a escola.

– Eles já estão se acostumando. Eles vêm para a aula porque sabem que tem. Somente o ensino médio é dispensado antes do horário. O ensino fundamental fica até o final -, explica o diretor Gustavo Soares.

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Ele comemora nenhuma turma vazia e as aulas continuando, mesmo com algumas lacunas.

Em Garuva e Itapoá, há grande adesão dos professores à greve. O resultado são corredores e salas vazias e muitas crianças em casa, sem aula. Nesta segunda, na EEB Tancredo Neves, em Garuva, além do primário, só uma turma tinha aula.

Na Carmem Seara Leite, na mesma cidade, os professores paralisados chegam a 95%. Em Balneário Barra do Sul, na única escola, a adesão é de um quarto dos professores, mas é o bastante para prejudicar os alunos de 6º e 7º ano. Na EEB Almirante Boiteux, em Araquari, 90% do corpo docente aderiu à paralisação.

Negociações encerradas

Nesta terça é o 27º dia de greve na rede estadual. Na sexta-feira, as negociações foram dadas como encerradas pelo governo do Estado e não há previsão de acordo. Nesta segunda, o governo acenou com as possibilidades de pedir, na Justiça, a ilegalidade da greve e de descontar os dias sem aulas.

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O governo diz que chegou a limite com a concessão de R$ 22 milhões à categoria. O Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Santa Catarina (Sinte) anunciou que vai apelar aos deputados estaduais para que seja reaberta a negociação.