Romulo toma a bola das mãos do goleiro e a entrega ao capitão. Junior Dutra chega próximo do batedor e lhe fala algo rápido e sucinto, ao pé do ouvido. O árbitro Rafael Traci afasta os jogadores do Botafogo das imediações da marca fatal. Marquinhos então bota as mãos na cintura e passa a língua sobre o lábio superior no aguardo do apito de autorização. Estes foram os instantes que antecederam o tento sem tanta plasticidade no 1 a 1 com o Botafogo, na última quarta-feira, mas de significância enorme para a torcida do Avaí. M10 anotou o 57º gol dele na casa azurra e agora divide a artilharia da Ressacada com Décio Antônio, que vestiu azul e branco nas décadas de 1980 e 1990.
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Na grande área do lado direito das cabines de transmissão, na última quarta-feira, Marquinhos deu o chute seco e rasteiro, em que o goleiro Gatito Fernández pouco se moveu, traído pelo movimento do corpo do camisa 10 do Leão. Foi o segundo dele sobre o Botafogo e o 11º tento anotado em cobrança de penalidade máxima nesta soma histórica. Antes dos pênaltis, a grande área é o local em que ele mais finalizou antes da explosão de alegria da torcida — e tende a haver mais gritos de gols azurras.
Cria da base do clube, a quinta e provável última passagem pelo clube iniciou em 2013 e vai ser estendida até pelo menos o ano que vem. Ídolo e Avaí acordaram o prolongamento do vínculo até o final de 2018. Ainda que não tenha aparecido muito nos jogos da equipe neste Campeonato Brasileiro, Marquinhos tem tempo para usar a perna direita — mais vezes utilizadas para fazer as redes da Ressacada chacoalharem —, ultrapassar Décio Antônio e ser o maior artilheiro da casa azurra.
O então único detentor do posto de artilheiro máxima do Estádio Aderbal Ramos da Silva tinha a marca dos 57 gols preservada desde 1997. O ex-atacante vestiu a camisa do Leão entre 1983 e 1987, quando o desempenho o levou ao futebol português, e retornou em 1994 até encerrar a carreira aos 36 anos.
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