“No dia 12/4, Maria Dalmonico, ?nossa nona?, nos deixou aos 80 anos. Um misto de sentimentos de perda, saudades, silêncio e inquietação.

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Lavradora, mãe de quatro filhos, nona e bisa de todos que a amavam. Mestre em culinária, fazia o melhor macarrão caseiro de vó.

Parte dos fins de semana da infância iniciava na sexta-feira à noite com os preparativos das malas. Viagem logo pelo amanhecer de sábado e, em poucas horas, o buzinaço na chegada. Lembrança da ?casa velha?, o longo corredor encerado onde de meias ?deslizavam na neve?, fogão a lenha do canto da cozinha aquecia nas manhãs frias. A fumaça na chaminé anunciava o cafezinho fresco passado no coador de pano.

O poço com águas limpas e geladas, estufa do fumo, as pescarias, tordilho (o cavalo branco), a zorra carregada com o ?trato das vacas?. A plantação de cana, a parreira das uvas, o rancho das vacas, a varandinha na frente de casa e as inúmeras horas de histórias e brincadeiras.

A polenta na panela de ferro e as ?expedições? pelo morro atrás de banana, laranja, tangerina. Ah! E a parede do quarto autografada!

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A conversa em italiano entre a mãe e a nona na cozinha, embalava o sono, onde a regra era dormir cedo, para poder ir com o nono tirar leite das vacas quando ainda fracos raios de sol subiam por trás da montanha.

E a asa-delta que saltava do morro Azul e pousava no terreno da frente. Sempre, é claro, aquela esperança, onde poucas vezes pousava no terreno da nona, assim seguida da correria e curiosidade pra vê-la ao chão.

Lembranças de uma infância sem igual, onde a casa cheia e a bagunça dos netos eram, sem dúvida, requisitos básicos nas férias escolares.

Companheira que nos últimos anos descia as escadas pé por pé ao escutar o estouro das pipocas. Colocava um ?poquetim? nas palmas das mãos e subia novamente para o quarto. Cinco minutos depois, retornava à cozinha e assaltava o Galak na geladeira. Isso tudo nas avançadas horas da noite. Um boa noite ?pitinim? e retornava ao sonhos.

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Ficam as boas lembranças, a lucidez e as despedidas nos últimos dias.

Esteja em paz, nona. Que toda alegria dada a nós nesses anos possa neste momento estar com você. Sentiremos saudades e só sentimos saudades das pessoas que por algum motivo marcaram nossas vidas.” A homenagem é da família, que convida para a missa de sétimo dia que será celebrada às 19 horas desta quarta-feira, no Santuário Sagrado Coração de Jesus .

– Maria Francisca da Silva, 73 anos, será sepultada nesta quarta-feira, no Cemitério Municipal. Ela morreu na terça-feira em casa. Deixa marido e dois filhos.

– Rosalina Damaseno, 73 anos, será sepultada às 16 horas desta quarta-feira, no Cemitério Nossa Senhora de Fátima. Ela morreu na terça-feira, no Hospital Regional. Deixa cinco filhos.

– Arnaldo Silva Brito, 67 anos, será sepultado às 15 horas desta quarta-feira, no Cemitério do Cubatão. Ele morreu na terça-feira, no Hospital Regional. Deixa dois filhos.

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– Luciana Neubauer, 37 anos, será sepultada às 16h30 hoje no Cemitério do Cubatão. Ela morreu ontem, no Hospital Regional. Deixa marido e três filhos.

Se você quer fazer uma homenagem para um parente que faleceu, entre em contato pelo opiniao@an.com.br ou pelo (47) 3419-2161. A participação é gratuita.