Escolher uma área de lazer, em Joinville, para aproveitar o dia ao ar livre pode se transformar em uma tarefa difícil, se considerar somente destinos que estão em pleno estado de conservação. Assim como em outros anos, a reportagem de “AN” percorreu 10 áreas públicas de lazer, entre os dias 16 e 20 de fevereiro, para verificar a manutenção, infraestrutura e segurança de cada uma delas. Dos locais visitados, oito deles apresentaram pelo menos um problema, seja ele estrutural ou de conservação.

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Entraram neste check-list parques e cartões-postais que são visitados frequentemente pelos joinvilense. Os problemas observados neste ano acompanham os espaços analisados desde os levantamentos anteriores. Inerente a quase todos os locais visitados, o mato crescia em meio a áreas calçadas, pavers e nos jardins. A falta de manutenção constante deixa os lugares com um aspecto de abandonado, fator nada convidativo para quem quer conhecer os espaços de lazer joinvilenses.

A prefeitura, por meio da Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente (Sama), afirma que os trabalhos de roçada e de limpeza nesses locais ocorrem, em média, a cada 30 dias – podendo haver atrasos no cronograma por causa da incidência da chuva. Entretanto, o município reconhece que existe “algum problema para controlar” o crescimento da vegetação, já que nesta época do ano – em decorrência do clima – o mato cresce mais rápido. O governo também garante que “a estação já está no final e a maior dificuldade já passou”.

Os dois espaços mais críticos, onde parece faltar manutenção e que necessitam de um pouco mais atenção do poder público são o Parque das Águas, na região Central, e o Parque São Francisco, na zona Sul da cidade. Nos dois lugares, além do mato, havia lixeiras faltando. Também foram constatados bancos e mesas quebrados nas áreas de convivência, apresentando peças de metal ou madeira expostas, podendo causar acidentes aos visitantes.

Apesar da constatação da reportagem sobre alguns bancos quebrados, a Sama assegura que, em parceria com a Divisão de Obras da Seinfra, reformou mais de 150 bancos em 2017 na área central da cidade, incluindo locais como o Mercado Público e na Rua das Palmeiras, por exemplo. A manutenção e troca dos bancos também foram realizadas, segundo o município, no Parque das Águas, Parque da Cidade e será iniciada nos bairros, começando pelo Profipo.

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Vandalismo e falta de manutenção

Outros problemas pontuais averiguados nos locais foi com relação as áreas recreativas para as crianças, banheiros e ações de vandalismo. A área infantil do Parque São Francisco, por exemplo, estava sem os balanços e com peças de madeira faltando em um dos brinquedos. Já na Estação da Memória, as gangorras foram arrancadas, restando apenas marcas dos buracos onde antes estava instalado o aparelho.

A situação dos parquinhos “é um item que está em ótimas condições de maneira geral”, conforme o governo municipal. O item representa o maior investimento realizado no final de 2016 (mais de R$ 400 mil) com instalação em mais de 120 locais, entre parques, praças e áreas de lazer. Na nota, o município ainda afirmou que “há alguns poucos equipamentos antigos mantidos em boas condições”.

Alguns espaços de lazer da cidade dividem pinturas coloridas do grafite com pichações. Outros sofrem com ações de vandalismo que prejudicam a estrutura desses locais. A Guarda Municipal realiza ações pontuais dentro das condições de efetivo existente – a prioridade são as escolas, conforme a Prefeitura. “Quando é flagrada uma ação de vandalismo ou criminalidade em praça pública, imediatamente os guardas fazem a abordagem”, informou.

O Mirante, o Zoobôtanico e o Jardim do Maj apresentaram poucos problemas estruturais e de conservação durante o levantamento. Entretanto, no dia da visita dois banheiros estavam fechados e o do Zoobôtanico estava sem água. Para registrar qualquer reclamação sobre essas áreas de lazer, os joinvilenses podem ligar no telefone da Ouvidoria (156) ou acessar o site do órgão.

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Confira a situação de cada local:

PARQUE DAS ÁGUAS

Localizado na rua XV de Novembro, ao lado da Cidadela Cultura, o Parque das Águas leva este nome por possuir um espelho d’água que corta metade do jardim. Quase seis anos depois da inauguração, os lagos artificiais estão secos. No dia da visita, havia bastante mato e pelo menos dois bancos com a estrutura comprometida. A cerca que divide o local da Cidadela Cultural está com partes depreciadas, não há banheiros e os balanços do parquinho estão com uma espécie de fita adesiva em uma das cordas para segurar o brinquedo.

CONTRAPONTO

A prefeitura realizou a manutenção, limpeza, pintura e roçada em janeiro. Será necessária nova pintura neste mês e a roçada esta programada para até o final desta semana, além de nova vistoria para programar a manutenção. Sobre os lagos, o órgão está propondo uma parceria com a Companhia Águas de Joinville, também será feita uma vistoria para verificar a situação da área infantil. Não há previsão para instalação de banheiros.

ESTAÇÃO DA MEMÓRIA

A construção onde funcionava a antiga estação ferroviária de Joinville está em bom estado de conservação, há banheiros e placas indicativas sobre a história do local. Junto à unidade, há um espaço externo, com bancos para contemplação. Neste local, o mato cresce entre os paralelepípedos do calçamento, e há bancos com madeiras do assento faltando ou quebradas. O espaço contava com uma área de recreação infantil, mas só há as marcas da onde estavam instalados os brinquedos. Há um bueiro com a tampa quebrada no local.

CONTRAPONTO

Prefeitura vai realizar a vistoria e programar a manutenção.

PARQUE SÃO FRANCISCO

O parque fica no bairro Adhemar Garcia, a zona Sul da cidade, e reúne atividades para todos os gostos e idade, desde parquinho e quadras de esporte até pista de skate, patins e bike. Apesar do potencial, alguns itens do parque precisam de manutenção. Há mesas e bancos quebrados, lixeiras depredadas, pichadas e sem tampa. Em alguns pontos, o mato está alto entre o concreto e as áreas verdes. Não havia chuveiros nos vestiários no dia do levantamento. No parque infantil, há pelo menos três brinquedos quebrados. Duas lixeiras estavam depreciadas, a maioria delas ainda está pichada e sem tampa. Até a placa com o nome do lugar está vandalizada também.

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CONTRAPONTO

Conforme a Prefeitura foi realizada a roçada e pintura no final de janeiro, mas será feita vistoria e programar a manutenção.

MIRANTE

Um dos pontos mais procurados para a prática de atividade física está em boas condições de conservação. Bem sinalizada, a subida que desemboca no Mirante está a poucos minutos do Terminal Central. Além das placas há bancos ao longo da extensão. O acesso ao topo do cartão-postal pode ser feito pelas escadarias ou elevador – que voltou a funcionar. No dia em que a reportagem esteve no local, os banheiros estavam fechados e não havia lugar para tomar água no topo do morro.

CONTRAPONTO

De acordo com a Prefeitura, os banheiros estão abertos das 7h às 19h e há grande bebedouro disponível para todos na base, onde ficam os vigias 24 horas por dia.

RUA DAS PALMEIRAS

Com jardim florido, pouquíssimo mato crescido e bancos em bom estado, a Alameda Brüstlein — rua das Palmeiras — representava no dia da visita de “AN” um dos títulos joinvilenses, o de Cidade das Flores.

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PARQUE DA CIDADE

Problema recorrente no local, as grades que cercam os campos e quadras foram vandalizadas, deixando algumas pontes de arame soltas, aumentando a chance de acidentes. Boa parte da estrutura do local foi trocada ou pintada, diferente do cenário observado no ano passado, quando o ponto era um dos mais críticos do levantamento. A área do Mirante estava limpa e com o mato cortado. No dia da visita da reportagem, os banheiros estavam fechados.

CONTRAPONTO

O município informou que está prevista a manutenção, e em um processo já finalizado, foi adquirido tela para substituição no Parque da Cidade e em outros locais de lazer. Foram feitas melhorias no mirante do Sambaqui e rocadas.

JARDIM DO MAJ

Se quase do outro lado da rua o Parque das Águas demonstra abandono, o Jardim do Museu de Arte de Joinville apresenta uma realidade bem diferente. Com a grama cortada, bancos recém- colocados, boa iluminação e segurança 24 horas, o local é um dos pontos visitados em melhor estado de conservação, junto do Mirante e do Zoobotânico. Há algumas lixeiras pichadas, mas nenhuma está quebrada. Os banheiros e o bebedouro estavam isolados por uma fita do restante do Museu. O Maj despertou preocupação da prefeitura ano passado por causa de ocorrências de vandalismo e tráfico.

CONTRAPONTO

O município foi questionado sobre a questão da segurança no Museu e informou que as rondas da Guarda Municipal são realizadas conforme o efetivo. Quanto aos banheiros, a Prefeitura garantiu que a estrutura apresenta dois banheiros — um masculino e outro feminino — aberto das 7h às 17h.

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PORTA DO MAR

Uma bela vista de baía da Babitonga pode ser observada cartão-postal. Inaugurado em 2014, o as madeiras da cerca de proteção sofreram com a ação do tempo, algumas estão apodrecendo. O portal foi pichado em alguns pontos, assim como as lixeiras que também isso, estão todas sem tampa.

CONTRAPONTO

Prefeitura vai realizar a vistoria e programar a manutenção

ZOOBOTÂNICO

Equipamentos e brinquedos em bom estado, caminhos bem sinalizados e vegetação cortada fazem do Zoobôtanico um bom lugar para visitar. Em meio a uma ampla área verde, o local oferece espaço para todas as idades. Durante a visita, o banheiro estava sem água.

MORRO DO FINDER

Com quase 500 mil metros quadrados, o Morro do Finder representa um dos lugares de conservação da natureza joinvilense, abrangendo importante remanescente de Mata Atlântica. A entrada da trilha conta com boa sinalização, espaço de convivência, com alguns bancos quebrados e espaço para recreação infantil, onde as correstes dos brinquedos estavam enferrujadas. A equipe de reportagem não percorreu a trilha, por causa da chuva.

CONTRAPONTO

Prefeitura vai realizar a vistoria e programar a manutenção