O décimo episódio do Basquete Transforma Podcast está no ar, e o convidado da vez pertence à elite do esporte em Santa Catarina. Para contar a sua história, e junto com ela, refletir sobre o legado do basquete catarinense, quem participou do podcast foi o Coordenador de Núcleos Sociais e Esportivos da Federação Catarinense de Basquetebol (FCB) Júlio Cesar Rocha. Ele é uma das autoridades do basquete no estado, e além disso, é responsável por diversos projetos sociais que ajudam a transformar a vida de outras pessoas. O programa está disponível no YouTube do NSC Total e no Spotify.
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Para começar o bate-papo, os apresentadores Marcelo Piovanotti e Aldo Mund questionaram Júlio sobre a importância do trabalho de assistência social e educação aliados à prática do basquete. Segundo o entrevistado, todo o envolvimento que oportuniza a sociedade a ter acesso ao esporte é transformador. A história de Júlio com o basquete, e consequentemente, com as ações sociais, iniciou na década de 70, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
— A história em Florianópolis começa quando eu vim jogar aqui em Santa Catarina e comecei a estudar na primeira turma de educação física. Teve um período, entre 75 e 77, que a UFSC era o único time que disputava o Campeonato Estadual por Florianópolis. Eu era aluno, bolsista, auxiliar técnico e jogava no time de adulto. Eram 24 horas por dia, basicamente, no time de basquete da UFSC — comenta o profissional.
Julio participou dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) até 1985. Do tempo de atleta, ele relembra momentos bons, ruins, de muito crescimento e resiliência, que o ensinaram a lidar com as dificuldades e a disciplina. Ele ressalta que as derrotas foram o que mais geraram crescimento, já que o atleta consegue manter o foco e ter uma vivência de positividade e autoconfiança.
Fundação da FCB
Antigamente, conforme conta o atleta, o basquete em Santa Catarina era ligado a Federação Atlética Catarinense, que atendia outras modalidades. Gradativamente, cada modalidade foi se tornando autônoma, e as únicas que permaneceram foram o voleibol e o basquete. Mas, conforme o estado começou a se dedicar no vôlei e garantir grandes conquistas, o basquete foi perdendo o destaque. Foi o momento em que Júlio e um grupo de professores da UFSC decidiram se voluntariar para tocar o basquete no estado. Eles ficaram responsáveis pelo esporte durante três anos, o que impulsionou a prática no estado.
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— Financeiramente, era o nosso grande impasse. Isso emperrava ou dificultava o nosso trabalho na sequência. Como manter uma sede administrativa com uma renda muito pequena? — conta o coordenador.
Ainda segundo ele, o segundo maior desafio era ganhar a credibilidade das equipes, o que não foi nada fácil devido a grande mudança que a Federação representava. Ele conta que nesta época, o número de desistências das equipes era muito intenso, o que dificultava o processo de credibilidade da organização. Depois de muito esforço, dedicação e trabalho árduo, os profissionais conseguiram fortalecer a FCB.
Depois da formação da Federação, Julio saiu da organização e retomou a ela apenas em 2017, quando a estrutura física e organizacional já estava muito mais alinhada e consolidada. Atualmente, conforme reforça o atleta, a FCB já é uma referência nacional para a prática de basquete. Hoje, ele atua com os núcleos sociais, desenvolvendo ações de fomento do basquete junto às comunidades.
— Aprendi mesmo e passei a reconhecer melhor o trabalho social dentro da UFSC. Coordenamos um projeto chamado Brinca Mané, por uns seis anos, em parceria com o Instituto Ayrton Senna. Foi onde a gente teve experiência e começou a trabalhar com formação. Foi a experiência do projeto montado dentro da Universidade que me deu um pouco mais de bagagem e tranquilidade para que eu viesse a assumir o projeto dos núcleos sociais esportivos dentro da FCB — conta.
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Hoje, o projeto desenvolvido por Júlio está presente em diversas entidades, com professores e equipamentos disponíveis para que os alunos consigam se aperfeiçoar no esporte. Todo o processo é feito com base em um caderno metodológico, que guia cada atividade feita pelos professores junto aos alunos, que são crianças de 9 a 13 anos. Em contraponto, a Federação exige um ginásio coberto e a garantia da continuidade do projeto.
Para conhecer mais sobre a história e o trabalho de Júlio Cesar Rocha, assista: