Depoimentos
José Zanolli – Prefeito em exercício de Içara
É uma falta de respeito com a população. Não podemos aceitar a nova data de braços cruzados. Somos obrigados a nos mobilizar. A minha sugestão é aproveitar essa época de eleições. Temos que unir forças políticas e empresariais para pressionar o governo federal. Não é possível que haja tanto entrave em uma obra importante para a região.
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Wagner da Rosa – Prefeito de Maracajá
“Tivemos sorte com a construtora no Lote 28, de Maracajá, mas isso não significa que não sofremos com o atraso no quintal do vizinho. O problema que se tornou o Lote 29 atrapalha o deslocamento daqui para aqueles municípios, tem afunilamento de pista, sinalização ruim, falta segurança em torno da obra parada.
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Além disso, boa parte do material que se usa na duplicação por aqui sai de Maracajá. Como conseqüência, enfrenta-se a falta de crédito das empresas para poder adquirir o material, como brita. Isso também nos prejudica. A preocupação, que não é só minha, é saber quem vai pegar aquele trecho parado para continuar a obra.
Minha sugestão é de que o governo federal se conscientize de que a duplicação do trecho Sul deve ser prioridade máxima nos planos. Não é mais hora das comunidades pararem o trânsito porque não precisamos de mais confusão. A pressão política é que deverá resolver”.
José Antônio Tiscoski da Silva – prefeito de Sombrio
“A dificuldade que se enfrenta aqui é a da espera também. Quem será a terceira empresa a trabalhar aqui? Em Sombrio, a comunidade mais prejudicada é a de Guarita. A BR-101 é o único acesso deles ao centro do município, não há outra via. O resultado é o tráfego de carros e veículos pesados desviado para a porta das casas dos moradores numa via marginal misturado com o trânsito local. Isso resultou em inúmeros acidentes e mortes.
Quanto ao comércio e as empresas que ficam às margens, eles estão em uma situação difícil pelos entraves que uma obra pela metade causa. Os prejuízos econômicos nem se contabilizam mais. Está complicado.
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Meu desejo é de boa sorte para a próxima empresa escolhida a tocar a obra. Que ela seja idônea, ágil e cumpra seu compromisso porque uma região depende do desempenho dela”.
Geci Geltrudes Casagrande – prefeita de Santa Rosa do Sul
“O novo prazo dado é longo e terrível. Para estar pronta em 2013 só com muita fé. Ficamos inconformados. Apesar do nosso trecho estar praticamente pronto, o que é bom, mas trouxe seus reflexos negativos, como os acessos aos estabelecimentos às margens da BR-101.
Como vizinhos, vivemos aqui em Santa Rosa as consequências das dificuldades de Sombrio. Sempre que se precisa ir para aquela região a viagem nunca é tranquila. Passamos de um trecho concluído, duplicado, para o choque do trânsito forte.
Essa obra tem características de prioridade máxima, é isso que queremos que ela seja para o governo também. Uma região forte economicamente como o Sul do Estado não pode sofrer com tanta demora. Esse atraso me surpreende pelo poder econômico que há aqui”.
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Clésio Salvaro – prefeito de Criciúma
“Embora o prazo não esteja sendo cumprido, temos que levar em consideração que o tempo não tem colaborado e as empresas não têm cumprido o cronograma por outras razões.
Se em 2013 a obra estiver pronta já nos satisfaz, e há tempo para recuperar o que se perdeu, à exceção das vidas perdidas. Uma grande obra se faz aos pedaços e uma parte dela já nos serve.
As empresas grandes que podem se instalar não vêm para Criciúma porque não enxergam bons acessos e há tempos perdemos com isso. Enquanto o Norte se desenvolveu com a duplicação, perdemos aqui no Sul na mesma proporção. Nos prejudicamos economicamente com a evolução dada pela duplicação lá.
Com novo prazo, sugiro que haja mais órgãos federais fiscalizadores, que eles sejam permanentes, mais fortes e que a imprensa siga o modelo do Grupo RBS e abrace a causa também, que tem grande importância para a comunidade”.
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Alex Sandro Bianchin – prefeito de São João do Sul
“Atribuo o atraso da obra de duplicação exclusivamente às empresas, que muitas vezes não são capacitadas. O trecho de São João do Sul está 100% concluído, já vivemos essa realidade e os reflexos positivos disso: temos duas empresas em fase de licenciamento para se instalarem e três em fase de construção, são pequenas empresas, mas estão chegando.
Os processos licitatórios são um entrave. Também há o agravamento de empresas desistentes e o reinício de processos licitatórios, é dinheiro público em jogo. Acredito que possamos ver a BR-101 concluída em 2013, já tenho a satisfação de ver saindo do papel.
Acredito que o papel de destaque agora seja para a Justiça. Que ela agilize os processos empacados e pressione para a evolução da obra”.
Marlene Dutra Vidor – prefeita interina de Passo de Torres
“Se o Dnit está certo ou não quanto a esse prazo, não sei, mas é tempo demais de alongamento. Isso prolonga também acidentes, mortes e atraso econômico. Em Passo de Torres nos atrapalha porque somos um município jovem. Estamos implantando nosso Plano Diretor, definindo a área industrial e muitas empresas que estão em negociação conosco ficam temerosas porque precisam da BR-101 para escoar sua produção.
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Sei que a falta de uma previsão mais breve vai nos prejudicar daqui para frente, até porque 2013 é bastante tempo. Gostaríamos de ver o prazo encurtando. Em Passo de Torres o trecho está em fase de conclusão, mas precisamos do todo. Creio que para apressar a obra de duplicação tenhamos que contar com a boa vontade política por parte de quem manda. Não sei se os protestos populares na rodovia resolveriam, mas é necessário aproveitar a oportunidade da época eleitoral”.
Mariano Mazzuco neto – prefeito de Araranguá
“O prazo de término é 2013, mas depende de quando as obras vão começar, por exemplo, no Lote 29. É muita ineficiência se não terminar, seria até uma questão de não acreditar mais no Brasil. o ano de 2013 é muito, as licitações precisam ser agilizadas. Sinceramente, fico desapontado em ter que aguardar tanto. Em 2011 já teremos novo governo federal e queremos que ele exija a aceleração. Acreditamos que o novo presidente entre com novo gás e novo olhar sobre essa obra que precisamos tanto.
As empresas que negociam suas instalações conosco não contavam com tanto atraso. E esse é um dos inúmeros impactos negativos desse atraso. Com uma obra pela metade, como é o nosso caso, a cidade tem a mobilidade urbana comprometida, as ruas são mexidas, a drenagem pluvial fica prejudicada, há alagamentos e isso faz com que a cidade “adormeça” temporariamente.
Precisamos que haja total cumprimento dos prazos estabelecidos para as licitações, multas pesadas para obrigar as empresas a concluírem as obras. E o Dnit, gostaríamos que promovesse um pouco de ordem no caos que as obras inacabadas deixam”.
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Claudio Alberto Damo – presidente da Associação Empresarial do Vale do Araranguá (Aciva)
“Os empresários da região sabem que o novo prazo não será cumprido, não há nada apontando para isso, que logo serão resolvidos os entraves dos “gargalos da obra”. Se tudo correr bem nas licitações, que se arrastam, 2014 é o prazo na melhor da hipóteses. Desde novembro esse Lote 29 não é mexido. E assim a expectativa cresce, enquanto mortes, mais acidentes e transtornos acontecem.
O ideal seria que nesse período pelo menos a sinalização mínima fosse intensificada para amenizar os perigos na rodovia.
Estamos no aguardo do resultado da licitação. Que a empresa escolhida seja competente, e que haja mais fiscalização nesses trabalhos”.
Ruy, Hülse – presidente do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc)
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“Em 1881 o Visconde de Barbacena construiu a Ferrovia Tereza Cristina, entre Imbituba e Lauro Müller, numa época de dificuldades, com recursos da Inglaterra, e fez isso em três anos. Em 1968, quando fui prefeito de Criciúma, fiz uma reunião com o então Ministro dos Transportes, Marcio Andreaza, com os prefeitos da região para “esticar” a construção da BR-101 de Torres até Florianópolis e ele conseguiu. Agora, já se vão mais de 40 anos e ainda não terminamos de construir a BR-101. Criou mofo. E o povo está cansado dessa balela e desses prazos. São discursos vazios e frequentemente ouvidos em época de eleição.
Temos um projeto importante como a Usina Termelétrica Sul Catarinense (Usitesc) e não temos uma rodovia decente que prejudica não só o setor carbonífero, mas todos. É falta de patriotismo e de vergonha na cara do governo federal. É inadmissível. Minha sugestão é que se encaminhem os recursos que existem para essa obra e se faça a rodovia de uma vez”.
Olvacir Fontana – presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic)
“É difícil de acreditarmos em mais um prazo com tantos outros já estabelecidos e remarcados tantas vezes. Só acreditaremos nos prazos quando acontecerem as obras. A conseqüência de tanto atraso é um encolhimento da região, perda de vidas, de oportunidades de desenvolvimento da região e os empresários são penalizados com acessos limitados, custos e mercado.
Todo ano a Acic se posiciona com mais força cobra a conclusão da obra. Vamos desafiar os responsáveis pelo andamento.
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Começamos um movimento para que os eleitores não votem em políticos que prometem e não cumprem suas promessas e a BR-101 é uma delas. O ano é de eleições”.
Otmar Müller – presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica de Criciúma e Região (Sindiceram)
“Nós, que usamos a BR-101 e sofremos com ela acreditamos que as obras vão ultrapassar 2013 porque não é surpresa para nós o anúncio de prazos mais longos. Sequer sabemos se há projetos definidos para o que está travado, é frustrante a percepção que temos sobre a obra.
Que o Dnit reconheça a demora, sim, mas não admitimos que reconheça e não tome providências.
Quanto mais demorar, mais o setor de cerâmica vai ser prejudicado com o encarecimento do frete pela demora de realizar o transporte, vai diminuir a produtividade e o prejuízo ao cliente cresce pela incerteza da entrega. O quanto isso representa em perdas para o setor é difícil de medir, mas leva a uma cadeia de perdas.
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Resta à população se manifestar porque quem deveria nos representar não tem atitude”.
Euclides Magri – coordenador do projeto Prosperidade Sul Catarinense
“Estamos em ano eleitoral. Minha dúvida é: qual a importância que o próximo presidente vai dar a BR-101? Lamento que hoje essa importância necessária não seja dada. Gostaria de ser otimista e ver a duplicação concluída em 2012 ou mesmo estar concluída em 2013, mas diante do que vimos – os atrasos em licitações em três gargalos – não sei se vai dar. Quero deixar meu pessimismo para depois de outubro. Não podemos dissociar o interesse do fazer.
Vivemos um momento de organização de crescimento no Sul, mas me preocupa porque isso também depende da rodovia. E me parece, esse prazo não cumprido, que isso significa ignorar o potencial de uma região. Quem quer investir aqui não quer esperar, quer que seja agora.
O projeto Prosperidade Sul Catarinense é uma união de lideranças de todos os setores para brigar e pressionar para conseguir nossos interesses. E é isso que vamos fazer”.
Júlio Cesar Wessler – presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Criciúma (CDL)
“Acredito que se andar dentro do planejamento, com exceção das obras de arte, possamos ver a rodovia pronta dentro do prazo do Dnit. Isso se nada mudar nesses projetos, e tudo é demorado quando se trata de BR-101.
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Quanto mais demorar essa pauta antiga que é a duplicação, mais vão ficando para trás outras obras estruturais, como o Aeroporto Regional de Jaguaruna, o Anel Viário em Criciúma, Via Expressa, entre outras.
O atraso limita o desenvolvimento do comércio e da indústria não só de Criciúma, mas de todo o Sul. Perdemos em competitividade e todo o setor produtivo é afetado.
Além de trechos atrasados temos obras de arte e lugares como pontes e túneis com projetos indefinidos. Uma reforma nas leis de licitação poderia tornar os processos maios práticos e ágeis. Um absurdo é sabermos que a Empreiteira Triunfo participará novamente da licitação do Lote 29, justamente ela foi a primeira empresa a abandonar. Isso é uma piada. O Dnit precisa rever isso”.
Ronério Heiderscheidt – prefeito de Palhoça
“Somos o município mais prejudicado, estamos num sentimento de muita indignação porque as obras que compreendem o município estão super atrasadas. Temos problemas sérios com relação a segurança das pessoas que moram na região. Na duplicação da BR-101 constam obras de iluminação, mas a gente não sabe por que motivo isso não está sendo feito na nossa região. A lenta execução das obras está causando um problema terrível. No Morro dos Cavalos, por exemplo, sinceramente não acredito na construção do túnel. Para agilizar as obras, eu penso que seria muito interessante que fosse feita uma reunião entre os prefeitos do trecho, juntamente com o Ministério dos Transportes, DNIT, ANTT e as empresas, para rever o cronograma que constantemente não está sendo cumprido”
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Evandro João dos Santos – prefeito de Paulo Lopes
“O grande problema do nosso município é o trevo norte que não foi concluído. É uma das entradas principais de Paulo Lopes e é acesso para algumas praias como Garopaba. Não sei por que fizeram um trevo 700 metros adiante da entrada. A falta do trevo prejudica o comércio e a população da cidade. Mas acho que a situação vai se resolver. Já conversamos com o DNIT e eles estão avaliando a situação com carinho. O quanto antes sair a duplicação, melhor. A gente sabe que o atraso existiu, mas na região de Paulo Lopes a empresa que fez a duplicação está de parabéns. Estão fazendo um bom trabalho. Fora o problema do trevo, não temos muito o que reclamar.”
Ademir Buerger – gerente comercial da empresa Santo Anjo
“O atraso da duplicação é uma situação bastante complicada. Isso se reflete na manutenção dos ônibus e na satisfação dos passageiros. Nos desvios, por exemplo, os veículos grandes têm dificuldades para passar. Nenhuma troca de pista é suave. Por essas razões, temos que andar mais devagar para segurança e conforto dos passageiros. Somado a isso, temos os congestionamentos e os ônibus acabam não chegando nos horários previstos. Para agilizar a duplicação, o mais correto seria que os responsáveis fiscalizassem melhor as empreiteiras porque elas assinaram contratos e seguramente esses contratos devem prever multas. Falta uma cobrança mais efetiva para que as empresas cumpram os cronogramas.”
João Gurgacz – diretor comercial da empresa Eucatur
“Os atrasos são um absurdo porque quanto mais tempo leva a obra mais custos ela vai gerar para os contribuintes brasileiros. Na temporada, a rodovia vira um inferno e ninguém consegue andar direito. Temos uma linha que faz Tubarão-São Paulo, por exemplo, que às vezes chega a atrasar quatro horas na entrada da Grande Florianópolis. Além dos atrasos, temos impactos negativos como quebra de peças dos veículos. Se eles estão falando em 2013, pode calcular para 2014 ou 2015 e sabe lá como isso vai ficar depois da mudança de governo neste ano.”
Marcelo Goulart Fernandes – gerente de vendas da empresa União
“A gente sente os atrasos principalmente pela questão do usuário. Às vezes numa viagem de três horas, por exemplo, nosso veículo leva até seis horas e isso causa muitos transtornos para os clientes. Até perdemos passageiros por causa disso. Fora isso, tem a questão dos buracos e então o ônibus, ao invés de ser revisado a cada seis meses, precisa ser revisado a cada dois, três meses. Pelo ritmo que está, é difícil acreditar que em 2013 vai estar pronta. Acho que a comunidade, os empresários e as forças políticas juntas poderiam fazer uma pressão maior para agilizar as obras.”
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Luiz Nestor Carlos Luiz – prefeito de Garopaba
“Se o Governo Federal diz que a duplicação da BR-101 vai ficar pronta só em 2013 estará dando um banho de água fria principalmente no setor turístico. Isso causa um impacto negativo muito forte na motivação de milhares de gaúchos, argentinos, uruguaios, paraguaios, paulistas, paranaenses e pessoas de outras partes do pais que vem para Santa Catarina em busca das praias. Garopaba, por exemplo, perde muito com esse novo prazo, muitos turistas podem deixar de vir para cá nas próximas temporadas pois sabem que a duplicação em andamento é incomodação certa na viagem. Acho que uma alternativa para agilizar essa questão é a União aumentar o fluxo de investimentos, pois a evolução da obra muitas vezes depende da questão financeira. O Governo do Estado e municípios também poderiam ajudar melhorando estradas alternativas que poderiam ser utilizadas pelos motoristas enquanto a BR-101 não estiver pronta.
José Roberto Martins – prefeito de Imbituba
“Há de se ressaltar que na região de Imbituba a duplicação está bem adiantada e ficará pronta em breve, mas analisando o conjunto da obra podesmo observar que existe um desencontro administrativo muito grande. É o que chamo de inércia administrativa, pois são vários os casos de empreiteras que param os trabalhos, depois pedem aditivos nos contratos porque o dinheiro era pouco, empresas saem com obras pela metade e outras nem começam. O município de Imbituba deixa de ganhar muito com o novo prazo de conclusão das obras, pois temos grandes investimentos que são vendidos sob a ótica de que a dulplicação ficaria pronta agora em 2010. Temos três projetos de condomínios de luxo cujas vendas estavam muito ligadas a esse prazo de 2010 e a movimentação de cargas por conta do projeto de crescimento do porto ficará muito prejudicada. Para resolver tudo isso o Governo Federal precisa assumir o erro de que existe essa inércia administrativa em torno de contratos e relação com as empreiteiras que executam a obra. A partir do momento que isso for devidamente solucionado a duplicação da BR-101 em Santa Catarina está próxima de ser uma realidade.”
Inimar Felisbino – prefeito Jaguaruna
“Duvido que alguém concorde ou aceite esse novo prazo de que a duplicação ficará pronta só em 2013. É um absurdo as diferenças que temos nessa obra pois muitos trechos, como aqui na região de Jaguaruna, estão prontos há muito tempo, mas em outras áreas tudo está parado. O lote de Araranguá é um exemplo, pois nunca foi feito nada por ali. Os projetos da ponte de Laguna e os túneis no Morro do Formigão, em Tubarão, e Morro dos Cavalos, em Palhoça, sequer estão prontos e ainda vão demorar um bom tempo até serem licitados e as obras iniciadas. Aqui em Jaguaruna praticamente toda população tem prejuízos porque temos uma ligação intensa com a cidade de Tubarão por conta do comércio, emprego ou a universidade. Quem sai daqui e vai pela BR-101 até Tubarão sempre enfrenta congestionamentos na parte que está em obras independente do horário. Acredito que os prefeitos, associações de municípios, entidades de classe, associações industriais e comerciais deveriam se unir para juntos fazer uma cobrança bastante forte junto ao Governo Federal para assim essa obra andar a passos largos, coisa que nunca aconteceu.
Luiz Carlos Brunel Alves – Prefeito de Capivari de Baixo
“Mais dois ou três anos de obra é algo muito ruim para o Sul Catarinense e aqui na região de Capivari de Baixo, entre Tubarão e Laguna, isso é bastante complicado. No projeto estão previstos dois elevados que sequer foram iniciados e isso prejudica a população local. Eu me preocupo durante a temporada de verão com os milhares de turistas que por aqui passam em direção às praias porque viajar à noite é realmente perigoso por conta dos desvios, má sinalização e visibilidade. As empreiteiras, que oferecem um preço baixo para ganhar a licitação e depois não consegue executar a obra, e o Governo Federal, que não cuidou direito de situações como essa, têm grande parte de culpa nesse atraso. Capivari de Baixo pode ser um celeiro de grandes oportunidades, pois temos algumas boas áreas ao lado da BR-101 que poderiam receber empresas e outros empreendimentos, mas isso fica comprometido com a demora na conclusão da duplicação. Acho que uma alternativa para mudar esse quadro é todos os prefeitos irem ao Ministério dos Transportes e Dnit em Brasília cobrar mais empenho e agilidade na execução da obra. Se isso for feito a duplicação, creio, sai antes de 2013.
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Antônio Mauro Eduardo – prefeito de Sangão
“O nosso município de Sangão vive uma boa realidade, pois aqui está tudo pronto, mas infelizmente em outras cidades próximas daqui está na estaca zero ou no máximo pouca coisa feita. Não deveria ser assim, pois o Governo Federal pagou as empreiteiras então é simples: basta fiscalizar, pressionar para que as obras prometidas sejam cumpridas. Para mim onde teve empreiteira boa a duplicação saiu rápido e onde a empresa não é muito boa a coisa parou. Isso é ruim para todos os municípios, pois é um processo em cadeia na economia da região. Nossa economia é baseada na agricultura e cerâmica e esses setores são prejudicados com demora dos caminhões nas filas da estrada. Se tudo estivesse pronto as entregas seriam mais ágeis, comprador e vendedor ficam satisfeitos, mas infelizmente não é assim em alguns casos. O negócio é todos nós políticos da região, prefeitos, vereadores, deputados, pressionar o Governo Federal que por sua vez, como dono da obra, tem a obrigação de exigir mais agilidade na execução dos trabalhos”.
Célio Antônio – prefeito de Laguna
“Primeiramente o importante é que a obra seja concluída, independente do prazo, porque nós já esperamos esta grande obra na passagem do governo Sarney, Itamar Franco, Fernando Collor e Fernando Henrique. A região Sul de Santa Catarina vai ser beneficiada com a duplicação da BR-101, graças ao governo Lula. No estágio em que a obra se encontra o setor imobiliário de Laguna teve um crescimento de 300%. E também vai abrir uma fronteira industrial, junto ao turismo, atividade de forte impacto no município. E para que a obra possa andar ainda mais rápido minha sugestão é de que o licenciamento ambiental da Ponte de Cabeçudas, no Canal Laranjeiras, seja liberado o quanto antes e que permita que o Governo Federal realize a licitação para execução do projeto”.
Manoel Bertoncini – prefeito de Tubarão
“No ritmo que os trabalhos estão sendo feitos esperar que a duplicação fique pronta em 2013 é algo muito otimista. Os túneis do morro do Formigão e dos Cavalos, além da ponte em Laguna, nem tiveram os projetos iniciados e por isso acho que vamos até 2015 com isso. Aqui em Tubarão a obra está atrasada em relação a outros trechos. Tivemos chuvas em excesso durante algum tempo, mas tivemos azar de ter empreiteiras com vários problemas e o Governo Federal que deixou de fazer cobranças para agilizar as obras. Nossa cidade perde muito com isso, pois a morosidade no ritmo da duplicação faz com que possíveis empresas pensem duas vezes antes de vir para cá agora, mas o maior prejuízo são as vidas humanas que se perdem nos acidentes que ocorrem nos desvios e locais mal sinalizados. Alguma coisa precisa ser feita e acredito que nossos representantes federais poderiam contribuir muito com essa causa afzendo as devidas cobranças junto a União. As associações dos municípios também devem protestar às margens da rodovia para chamar a atenção.
Ailton Nazareno Soares – reitor da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul)
” Uma das características marcantes do Sul Catarinense é o seu dinamismo, pautado na força de trabalho que diversifica a produção, e no estilo acolhedor de sua gente. Portanto, um potencial berço de desenvolvimento. Neste sentido, para melhor atender as demandas sociais, fortalecer a economia, gerar emprego e renda e, por consequente, melhorar a qualidade de vida da população é fundamental que projetos de otimização da infra-estrutura em execução, como a duplicação da BR 101, também ofereçam suporte favorável ao desenvolvimento. Ou seja, projetos de melhoria, como este, capazes de integrar a mesorregião e incrementar o seu desenvolvimento. Aliás, este é um dos propósitos do Projeto Prosperidade Sul Catarinense, um movimento voltado para o desenvolvimento regional sustentável e integrado, do qual a Unisul tem a satisfação e o compromisso de fazer parte. A duplicação, como as demais melhorias de infra-estrutura, é um projeto complexo. Porém, com recursos (humanos e materiais) e as novas tecnologias, o processo que já dura mais de oito anos, passa a ser um desafio da gestão pública. No entanto, a rapidez necessária para a conclusão desta e de outras logísticas de transporte depende de todos nós. É preciso a participação e o comprometimento de todas as lideranças do sul (membros da sociedade civil organizada, governamental ou não-governamental), pois todos seremos beneficiados. Com o Prosperidade Sul Catarinense, a Unisul procura interagir, organizada e sinergicamente com as forças vivas da região, para promover o compartilhamento de ações, investimentos e resultados, com alternativas viáveis para região, contribuindo, inclusive, com a administração pública.
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Eduardo Silvério Nunes – presidente da Associação Comercial e Industrial de Tubarão (Acit)
“Qualquer prazo que se dê ele já está ultrapassado e esse para 2013 é só mais um, mas pelo jeito que a coisa está acho que nem para 2013 a duplicação estará terminada. Faltou fiscalização por parte do Governo Federal junto às empreiteiras e por isso em muitos lotes a obra não evoluiu como deveria. E é isso que a União precisa fazer: usar de todas as suas armas e fiscalizar para quem sabe antes de 2013 a rodovia estar totalmente concluída.
José Carlos Silvano -presidente do SETCERGS
” É extremamente importante a conclusão das obras de duplicação da BR-101 no Rio Grande do Sul. É pela rodovia que circulam boa parte das riquezas nacionais. Pela importância da estrada e os números de acidentes provocados no trecho ainda não duplicado, torna-se indispensável à concretização da obra”.
Ideli Salvatti (PT) – Senadora e candidata ao governo do Estado
Depois de duas décadas de reivindicações é o governo Lula que está realizando a obra que em sua maior parte estará concluída este ano. Somos os maiores interessados em resolver os problemas de atraso, que ocorrem por circunstâncias alheias à nossa vontade. Há dificuldades, burocracia, atrasos. Mas ninguém pode dizer que não há iniciativa, vontade política e muito dinheiro investido aqui.
Alcantaro Corrêa -Presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc)
Neste ritmo não sabemos quando vai terminar. Enquanto isso as taxas de crescimento do Norte chegam a 7% ao ano, em média, mas o Sul ainda amarga o baixo patamar de 3%. Essa comparação do PIB das duas regiões demonstra que os investimentos estão ocorrendo no trecho duplicado. Ninguém quer se arriscar e investir no Sul. A situação da rodovia assusta os empreendedores e investidores.
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Pedro Lopes – Presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logísticas de SC (Fetrancesc)
Não sou mais otimista em relação a estas datas. Nossa paciência chegou ao limite. A sociedade toda está vendo o problema. Nós do transporte de cargas somos um dos setores mais prejudicados. Hoje uma viagem de 2h30min leva mais de 4 horas. Se tem dinheiro, o que faltou então?
Gelson Merísio (DEM) – Presidente da Assembleia Legislativa
Precisamos definir o cronograma mínimo para a conclusão das obras, do ponto de vista técnico, e cobrar o cumprimento desta etapas. Se continuar neste ritmo vamos ter mais dez anos de obra. Se faltam licenças é porque alguma coisa que deveria ter sido feito não foi. O Ibama esta aí para servir à comunidade e não para atrapalhar.
Alaor Tissot – Presidente das Associações Empresariais de SC (Faccisc)
O novo prazo não é uma surpresa para mim. Falta transparência e acesso às informações e cronogramas da obra. Agora é que fomos saber que a maioria dos problemas são ambientais. Como é que a gente pode crescer a mais de 5% no país e não conseguimos fazer dois quilômetros por mês de asfalto?
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Sérgio Medeiros – Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de SC (FCDL)
As empresas que não cumpriram os prazos ou abandonaram a obra deveriam ser descredenciadas de qualquer obras pública até fazer o ressarcimento do prejuízo que ela causou. Garanto que assim elas iriam trabalhar de uma foram diferente. Temos que criar um SPC para as empreiteiras.
Leonel Pavan (PSDB) – Governador de Santa Catarina
Uma sugestão seria o governo federal focar com mais objetividade e agilidade as ações e recursos orçamentários destinados para a conclusão da duplicação. Isso poderia ser fiscalizado e cobrado de forma permanente por uma comissão suprapartidária a ser integrada por lideranças políticas, empresariais e da comunidade.
Angela Amin (PP) – Deputada federal e candidata ao governo do Estado
Nenhuma obra com mais complexidade está sendo realizada hoje, só as simples são executadas. Dificilmente será cumprido o novo prazo. Isso é um prejuízo para Santa Catarina e, principalmente, para o sul do Estado. Não podemos ficar quietos. É preciso pressionar uma tomada de atitude.
Cláudio Vignatti (PT)- Deputado federal e candidata ao Senado
Nunca faltou dinheiro para a obra, mas o processo licitatório foi feito em um momento de poucas obras, os descontos oferecidos foram muito grande e as empreiteiras acabaram não viabilizando o trabalho. O Brasil está preparado para fiscalizar obras e não executar. Ainda somos demorados e morosos.
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Hugo Biehl (PP) – candidato ao Senado
Nós catarinenses somos muito tolerantes. Em outras regiões estas questões são resolvidas de forma mais rápida. Temos que fazer um calendário e vencer esses obstáculos. É de se prever que esta rodovia é muito acanhada para abrigar as demandas que teremos em breve. Estamos fora do compasso.
Paulo Bauer (PSDB) – Deputado federal e candidato ao Senado
É lamentável que nós tenhamos que aguarda ainda todo este tempo para ver concluída uma obra de tamanha importância. Sempre soube que obras atrasam por falta de dinheiro, mas esta nunca parou. Se não faltou dinheiro quer dizer que alguém deixou de fazer o dever de casa.
Luiz Henrique (PMDB) – candidato ao Senado
É lamentável que as obras tenham que se arrastar ainda até 2013. A questão indígena no Morro dos Cavalos é uma grande surpresa e determinou o retardamento da obra. Mas temos que supe
rar rapidamente as questões ambientais e concentrar os esforços para que a obra possa se concluída em menor tempo.
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Neuto De Conto (PMDB) – Senador
É surpreendente que uma obra que vem sendo prometida desde o governo FHC, passando pelo Lula, seja agora repassada para outro governo. As áreas ambientais que são vinculadas ao governo Federal têm que encontrar saídas. Dizer que não dá para fazer as obras dos túneis, por exemplo, não é resposta.
Isso é um desrespeito com Santa Catarina e mostra a ineficiência do governo Federal. Quando se fala em atraso também se fala em prejuízos ao desenvolvimento do Estado e das vítimas fatais que se acumulam. São coisas gravíssimas. Temos que acelerar o ritmo.