A tangerina, o tomate e a cebola estão entre os produtos que tiveram a maior alta nos preços em 2018, segundo os dados da inflação. O levantamento foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro lado, o abacate, o limão e o feijão fradinho fecharam o ano com as maiores quedas.
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Na lista dos 20 produtos e serviços com as maiores altas, o aluguel de veículo e a passagem aérea são os dois únicos que não são alimentos. Entre as baixas, cinco não fazem parte de gêneros alimentícios: artigos de maquiagem, seguro voluntário de veículo, perfume, agasalho feminino e televisor.
Apesar da tangerina ter sofrido um aumento de 76,4%, o tomate foi o que mais teve impacto no bolso dos brasileiros com um incremento de 71,76% no preço do quilo. Isso acontece porque alguns produtos são mais presentes nas compras da população, fazendo com que altas menores sejam mais impactantes nas finanças.
Vale lembrar que, no final de maio de 2018, a paralisação dos caminhoneiros provocou um desabastecimento, o que impactou os preços de diversos produtos, levando o grupo a apresentar variação de 2,03% em junho.
Variação refletida no dia a dia
A médica Flaviana Dalla Vechia, 42 anos, faz compras na verdureira todas as semanas. O marido costuma fazer um levantamento das contas da casa e percebeu um aumento de 30% nos gastos com frutas e verduras ao longo do ano passado.
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– Eu costumo gastar toda semana entre R$ 100 e R$ 120 na verdureira e senti que acabei comprando menos com o mesmo valor – conta.
Como faz compras semanalmente, ela consegue perceber a oscilação nos preços e notou o aumento do tomate ao longo de 2018. É um dos produtos que a médica mais compra para o dia a dia, até porque os dois filhos gostam de comer, mas precisou reduzir a quantidade por causa do preço alto.
Segundo o professor de economia Fabiano Dantas, é natural que os produtos alimentícios sofram essas alterações de preço ao longo do ano. Ele salienta que é comum ter alimentos que começam um ano com o valor em baixa e terminam em alta e no ano seguinte aconteça o inverso.
– As maiores variações, tanto positivas quanto negativas, acabam acontecendo em produtos alimentícios porque são agrícolas e dependem muito de como será a safra. Às vezes, o ano é bom ou ruim, a chuva ajuda ou atrapalha. Isso é algo bastante comum de acontecer – explica.
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Não comprometa o orçamento
O maior gasto do brasileiro hoje é com a alimentação, segundo o IBGE. Por isso, é importante ter consciência e planejamento para fazer as compras sem comprometer toda a renda. O economista explica que uma das coisas mais importantes é evitar o desperdício e prestar atenção na conservação dos alimentos, principalmente nesta época de muito calor.
Em termos de economia, é necessário procurar produtos substitutos para aqueles que estão com o valor acima do normal. Segundo Dantas, é natural que a pessoa acostumada a consumir um alimento específico procure outro alternativo quando o preço sobe demais.
– A demanda do consumidor fica mais sensível quando temos essas alterações de preços. Quando sobe muito o preço da carne, por exemplo, ela some do nosso almoço. A gente come ovo, frango ou qualquer coisa, menos a carne – exemplifica.
Outro fator importante é a pesquisa de preços, mas se deve ficar atento para não gastar mais combustível rodando pelos supermercados do que a economia com os alimentos ou produtos. Além disso, os consumidores devem procurar por ofertas para baratear os gastos com a comida.
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O economista ainda dá a dica de substituir as compras mensais pelas semanais em supermercados. De acordo com ele, o pedido do mês é uma herança da década de 1980, quando havia inflação muito alta no país.
– Fracionando as compras consegue economizar mais, mas é preciso continuar com a listinha e comprar só aquilo para não gastar demais – ressalta.
Confira a lista dos produtos com mais altas e baixas*:
15 maiores altas
Tangerina: 76,4%
Tomate: 71,76%
Aluguel de veículo: 36,81%
Cebola:36,71%
Laranja-baía: 33,4%
Pimentão: 27,13%
Batata-inglesa: 23,76%
Gás veicular: 22,18%
Laranja-pera: 19,48%
Maçã: 18,42%
Maracujá: 18,16%
Farinha de trigo: 18,1%
Passagem aérea: 16,92%
Mamão: 16,26%
Brócolis:15,72%
15 maiores baixas
Abacate: -27,9%
Limão: -19%
Feijão-macassar (fradinho): -16,73%
Artigos de maquiagem: -13,3%
Farinha de mandioca: -13,26%
Feijão-branco: -12,35%
Peixe-peroá: -11,71%
Mandioca (aipim): -11,61%
Alho: -10,81%
Manga: -10,57%
Quiabo: -9,18%
Seguro voluntário de veículo: -8,86%
Perfume:– 8,56%
Café moído: -8,22%
Agasalho feminino: -7,87%