O mercado do livro não para. Há obras para todas as idades e todos os gostos. A faixa etária, por exemplo, é constante na preocupação de produção dos livros para crianças e jovens, pois o mercado do livro precisa ser adequado ao consumo. Sueli de Souza Cagneti, professora, pesquisadora e escritora, conta no Livro dos Livros – Resenhas do Prolij (Programa Institucional de Literatura Infantil e Juvenil da Univille), que o ‘descarte’ do livro, em função da mudança da idade, acaba sendo bom para o mercado.
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– Existem o mundo do bebê, o mundo infantil, o mundo teenager, jovem, dos descasados, da terceira idade, enfim, num eterno renovar-se. Fatias que nos desaproximam e que, graças à quebra de fronteiras, tão própria dos anos pós-modernos, tornam a nos aproximar, mas que principalmente nos convidam a consumir. Afinal, há um mercado exclusivo e encantador para cada segmento no qual nos enquadramos.
E aí, com tanta oferta, fica difícil ajudar crianças e jovens a escolher algum tipo de obra. Berenice Rocha Zabbot, chefe do Departamento de Letras da Univille e coordenadora do Prolij, e Taiza Mara Rauen Moraes, professora de Letras da Univille e coordenadora do Comitê Proler Joinville, não acreditam na divisão de faixa etária quando o assunto é literatura. Segundo elas, a sociedade não é mais homogênea como antigamente. Por isso, não se deve enquadrar determinado tipo de livro para tal tipo de pessoa.
– As pessoas vêm com movimentos diferentes. Há os leitores experientes e menos experientes, ou seja, depende da formação do leitor, das suas vivências. É a partir disso que se decide o que vai ler ou não – explica Berenice.
De qualquer forma, no Prolij a divisão acaba sendo feita da seguinte maneira, lembrando que as idades são apenas referências: infantil (até oito anos), infantojuvenil (até 12 anos) e juvenil (até 16 anos).
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– Diferente do que se pensa, os livros não são descartáveis. Vamos nos formando leitor e a partir disso escolhemos o que queremos ler e podemos ainda voltar a ler o que já foi lido. A leitura é um diálogo constante. Ler é desconstruiur conceitos e descobrir caminhos – completa Taiza.
E para que os pais descubram o caminho da leitura, ajudando aos filhos na hora de escolher as obras, damos algumas dicas que podem ser encontradas também no Livro dos Livros – Resenhas do Prolij.
Livros Infantis
A verdadeira história dos três porquinhos, de Jon Scieszka
Agora não, Bernardo!, de David McKee
Numerália: poema para contar, de Jorge Luján
A preciosa pergunta da pata, de Leen Van den Berg
As coisas, de Arnaldo Antunes
Livros Infantojuvenis
Kafka e a boneca viajante, de Jordi Sierra i Fabra
O sofá estampado, de Lygia Bojunga Nunes
A árvore vermelha, de Shaun Tan
O lobo dentro das paredes, de Neil Gaiman
O menino, a guerra e a bola, de Jean-Baptiste Cabaud
Livros Juvenis
O menino do pijama listrado, de John Boyne
Tempo de voo, de Bartolomeu Campos de Queirós
Duas vidas, dois destinos, de Katherine Paterson
De repente, nas profundezas do bosque, de Amós OZ
Andar duas luas, de Sharon Creech
Se liga nesta dica!
Manuel Bergström Lourenço Filho (1897-1970) foi um dos primeiros estudiosos a definir a questão da faixa etária com pressuposto para a classificação dos livros de literatura infantil. Ele aponta a faixa etária como fator determinante da destinação da literatura infantil. Confira:
– Álbuns de gravuras, coordenadas por um só motivo, ou não, com reduzido texto, ou ainda sem texto, para crianças de 4 a 6 anos;
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– Contos de fadas e narrativas simples (fábulas, apólogos) para crianças de 6 a 8 anos;
– Narrativas de mais longo entrecho, para crianças de 8 a 10 anos;
-Histórias de viagens e aventuras, para crianças de 10 a 12 anos, assim como biografias romanceadas.
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