Trânsito lento, filas intermináveis, carros que mal parecem se mover. Em alguns pontos específicos de Florianópolis, a aposta garantida do dia é que vai ter fila. O problema é antigo e aumenta com o passar dos anos.
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Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano passado indicam que a Capital catarinense é a sexta cidade brasileira com maior índice de veículos por habitante (1,75). Considerando a população total da cidade, e não somente os adultos que podem ter carteira de motorista, o número demonstra um problema claro: muitos automóveis disputando o mesmo espaço e o é engarrafamento certo.
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A equação não é tão simples para quem administra obras de infraestrutura da cidade. Em Florianópolis, elas levam tempo para ser finalizadas e, na maioria dos casos, o trânsito chega a duplicar enquanto os operários trabalham.
Três delas de infraestrutura prometem interferir na relação do trânsito com os moradores e turistas: a restauração do asfalto na avenida Beira-Mar Norte, a construção do elevado do Trevo da Seta e o recém-autorizado elevado Rita Maria.
Como a previsão é de que Florianópolis vai receber 1 milhão de turistas na temporada, a questão é saber se, nesse período (e no futuro), a cidade vai ter melhor trânsito ou se vai ser um canteiro de obras engarrafado.
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Quase pronto
As obras na avenida Beira-Mar Norte não param dia e noite. O trecho de dez quilômetros – entre a rótula do Terminal Rodoviário Rita Maria e o Supermercado Angeloni – está em fase final e, de acordo com estimativa da prefeitura, a avenida deve estar pronta ainda neste ano.
A obra recebe 800 toneladas de asfalto emborrachado por dia, mas o trabalho é paralisado em decorrência das chuvas. Foi o que aconteceu nesta quinta-feira. A drenagem da marginal foi suspensa. As atividades devem ser retomadas assim que o tempo voltar a ficar seco.
– Deve ficar pronta no prazo. Só não vai acontecer se as chuvas não deixarem, mas nosso esquema de trabalhar dia e noite deve funcionar para deixar a avenida nova para o Réveillon – garante o secretário de Obras da cidade, Luiz Américo Medeiros.
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O trânsito na principal avenida da cidade ficou mais lento desde que as obras começaram, em outubro. De acordo com Medeiros, a população deve ter paciência.
– Nós sabemos que é um ponto complicado por causa das obras, mas tenho certeza que o cidadão compreende que estamos trabalhando em um projeto importante para a cidade.
Em andamento
As obras no Trevo da Seta estão em andamento. Várias interrupções ocorreram desde que elas iniciaram em setembro de 2009. Cinco casas ainda não haviam sido demolidas quando os trabalhos começaram.
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Depois que tudo foi acertado na Justiça, verificou-se que o solo abaixo das casas era mole e não preparado para sustentar um elevado. Em uma semana, uma equipe de engenheiros estudou a solução mais viável para adaptar o solo, que foi coberto por pedras. Com o problema resolvido, as obras voltaram ao normal, mas ocorrem interrupções por causa das chuvas.
– Não foi falta de planejamento. As casas estavam ocupadas pelos moradores e tivemos que esperar até que saíssem para realizar o estudo do solo. Isso é normal – diz o secretário Medeiros.
Com o elevado do Trevo da Seta pronto, o trânsito no sentido Centro-bairro, que costuma ficar engarrafado em horários de pico e em dias de jogos na Ressacada, deve fluir.
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– O prefeito me aconselhou a não dar prazos de finalização, mas temos tudo para acreditar que em janeiro de 2011 automóveis já poderão circular no elevado. Enquanto isso, pedimos a paciência dos moradores, que vão dar valor quando o elevado ficar pronto.
Em banho-maria
O elevado Rita Maria, que deve desafogar o trânsito das avenidas Beira-Mar Norte, Paulo Fontes, Osvaldo Rodrigues e rua Antonio Pereira Oliveira Neto, é a grande aposta da prefeitura de Florianópolis. Será um viaduto em duas pistas por onde vão passar cerca de 50 mil veículos por dia.
O projeto está pronto desde 2008, mas foi embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que queria estudar se as obras afetavam algum patrimônio da cidade. No mês passado, o Iphan emitiu um parecer autorizando o início dos trabalhos, desde que se inclua no projeto uma consideração: o acesso para pedestres que garanta a visualização da Ponte Hercílio Luz.
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– A licitação está feita, estamos elaborando o contrato e só falta construir o elevado. Não temos possibilidade de iniciar uma obra dessa grandeza nessa temporada. Por isso, a ordem de execução vai esperar até março – explica o secretário de Obras de Florianópolis, Luiz Américo Medeiros.
O secretário afirma que outros projetos de urbanização da área perto do Terminal Rodoviário Rita Maria estão sendo pensados. O espaço, ocupado hoje pelos clubes de remo, está sendo estudado para se transformar em área de lazer e restaurantes.
Outras obras
A terceira faixa da SC-405 foi iniciada em 2009. No segundo semestre do mesmo ano, a prefeitura paralisou os trabalhos em decorrência de um impasse com as desapropriações, alguns por falta de acordo judicial e outros por problemas de documentação dos imóveis. O custo é de R$ 2,646 milhões, e a obra deve ser retomada no primeiro semestre de 2011.
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No Norte da Ilha, está prevista obra na SC-401. A duplicação do trecho de 4,28 quilômetros de acesso entre Jurerê e Ingleses está em processo de licitação. Em dezembro, o contrato deve ser assinado, e a previsão de conclusão é de 15 meses. O valor estimado é de R$ 17,8 milhões.