A criatividade é um diferencial importante em praticamente todos os ramos de atuação. É altamente valorizada social e profissionalmente. O valor do profissional criativo é incalculável, pois dele pode surgir ideias diferentes, inéditas e altamente efetivas sobre determinado problema.
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– A solução criativa aflora quando conseguimos driblar os caminhos do raciocínio lógico sequencial. Quando escapamos do óbvio e alcançamos uma visão alternativa, diferente da média da população – diz o neurologista Leandro Teles.
Algumas pessoas são mais criativas que outras, mas isso não significa que essa qualidade tão valorizada nos tempos atuais não possa ser conquistada ou aprimorada.
– Para isso devemos desenvolver uma série de modalidades cognitivas, colocá-las em prática e depois colher os frutos – conta Leandro, que a seguir enumera e explica cinco passos fundamentais para quem quer desenvolver a criatividade.
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:::: Direito ao erro
Quem quer ser criativo tem obrigatoriamente que se permitir o erro. Muitas vezes apenas um detalhe diferencia a ideia genial da absolutamente equivocada. O raciocínio lógico e de senso comum é menos fadado ao erro. O criativo arrisca mais, inventa, testa, ousa… E com isso paga seu preço: erra bem mais. Fugir do óbvio leva a territórios mais perigosos, mas também muito mais férteis.
:::: Mudar a visão do problema
Se quer ver o que ninguém viu, precisa olhar as coisas como ninguém ainda olhou. Mude a visão do problema. Dê um passo pra trás e olhe tudo de longe, aperte os olhos, desfoque.
Se coloque na visão de outras pessoas, brinque de resolver o problema em outros contextos. Por exemplo: o que eu faria diante disso se eu fosse milionário? E se eu não tivesse um centavo? E se ninguém estivesse vendo? Você vai ver como o cérebro irá traçar caminhos novos e pode surgir um conceito inédito a ser trabalhado.
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:::: Conhecer os caminhos já trilhados
Não é fácil fugir do lugar comum se não conhecemos o lugar comum. Tentar ser criativo sem determinar o que já foi dito, pensado e sentido sobre o problema é perder tempo. Conhecer os trilhas já abertas ajuda a evitá-las.
Busque criar atalhos, fundir conceitos, condensar. Estude o assunto sob vários aspectos. Pesquise e não menospreze tudo que já foi feito sobre ele antes. Conhecimento e visão são modalidade fundamentais para as pessoas altamente criativas. Na verdade, é o que diferencia os verdadeiros criadores daqueles que passam a vida reinventando a roda.
:::: Dar liberdade ao cérebro
O raciocínio criativo precisa do cérebro apto a alçar voos livres e complexos. O cérebro humano é fruto de genética, vivência e contexto. A genética é imutável, cada um nasce com um potencial criativo. Mas a vivência e o contexto estão nas nossas mãos. Alimente-se de experiências novas, diferentes, inusitadas.
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Conheça pessoas, culturas e artes em todas as suas formas. Seja uma esponja de soluções criativas. Liberte seu cérebro na hora de resolver o problema. Pense na solução, mas também a deixe brotar em contextos anedóticos.
O cérebro inconsciente não pára de buscar soluções em momento algum. Saia do escritório, afrouxe a gravata, medite, corra na praia… A resposta não tradicional surge, muitas vezes, em momentos não tradicionais. O repouso e o sono também são fontes criativas. Quem nunca dormiu pensando em um problema e acordou com a solução na cabeça?
:::: Entenda e use a intuição
Sexto sentido, intuição, o que tem de ciência nisso? Tudo. O que chamamos de intuição é um tipo peculiar de raciocínio dissociado de linguagem. Surge um conceito meio pronto sem o rastro da lógica.
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Não dá pra argumentar, explicar, traçar a linha que justifica a conclusão. Ela aflora geralmente de divagações do hemisfério direito. Não a menospreze, nem dê a ela ares de magia e misticismo sem credibilidade.
A intuição é função cerebral guiada por experiências nem sempre conscientes, por memórias impressas nas profundezas do nosso cérebro. Pessoas criativas exercitam, valorizam e expressam suas intuições. Dê vazão, com bom senso, a suas sensações pouco ancoradas na lógica e na razão.