Leia alguns trechos:

– Nestes últimos meses, senti que minhas forças diminuíam e pedi a Deus em prece, com insistência, que me iluminar com sua luz, que faça com que eu tome a decisão mais justa (…). Dei este passo em plena consciência de sua gravidade e de seu ineditismo, mas também com uma grande serenidade de alma. Amar a Igreja significa também ter coragem de fazer essas escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre em mente o bem da Igreja e não seu próprio bem.

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– Neste momento, há em mim uma grande confiança, porque sei que todos nós sabemos que a palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, que ela é sua vida. O Evangelho purifica e renova (…). É minha confiança, minha alegria.

– Foi um caminho da Igreja que teve momentos de alegria e de luz, mas que teve também momentos nada fáceis (…) nos quais as águas foram agitadas e o vento soprou contra, como em toda a história da Igreja. O Senhor parecia dormir. Mas eu sempre soube que o barco da Igreja não é meu, não é nosso, mas é Seu barco e ele não o deixa afundar. É ele quem o conduz, certamente através dos homens que ele escolheu (…). Isso foi e é uma certeza e é por isso que hoje meu coração está em plena gratidão perante Deus (…). Eu gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão – disse, sobre os oito anos de pontificado.

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– O Papa nunca está sozinho, eu vejo isso mais uma vez hoje de uma forma tão forte que chega a tocar meu coração. O Papa pertence a todos e tantas pessoas se sentem próximas a ele. é verdade que eu recebi cartas de grandes personalidades , de chefes de Estado, religiosos, do mundo da cultura, mas eu recebo também inúmeras cartas de pessoas simples que me escrevem de coração (…). Elas me escrevem como irmãos e irmãs, com uma ligação familiar muito afetuoso. Aí nós podemos sentir que a Igreja não é uma organização, uma associação religiosa ou humanitária, mas um corpo vivo.

– Quem assume o ministério de Pedro não tem mais vida privada, ele pertence totalmente a todos, a toda a Igreja. Sua vida não tem mais a dimensão privada. (…). Minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério, não muda isso: eu não volto à vida privada, a uma vida de viagens, de encontros, recepções, conferências, etc…Eu não abandono a cruz, mas continuo de uma nova forma perto do Senhor crucificado. Eu não tenho mais o poder de governar a Igreja, mas continuo a serviço da fé. São Bento (fundador da ordem contemplativa dos beneditinos) de que eu levo o nome como Papa, me será um grande exemplo.

– Eu continuarei a acompanhar o caminho da Igreja na fé e na reflexão.