Nardela, ex-jogador e comentarista

“Decidir em casa é sempre melhor”

Vejo algumas diferenças entre o time que chegou na final em 2014 e este. No ano passado, o JEC tinha um conjunto mais ajustado. Neste ano, individualmente falando, tem jogadores mais qualificados, capazes de decidir o jogo em uma ou outra jogada. Se olhar para o banco de reservas, você também percebe que tem jogadores de qualidade.

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Apesar de não começar bem a competição, este JEC melhorou em termos de conjunto e chega bem à decisão. É óbvio que o fato de decidir em casa, com a possibilidade de dois resultados iguais, também favorece o Joinville. Decidir dentro de casa é sempre melhor, principalmente pela forma como a torcida do JEC tem jogado junto com o time, apoiando mesmo quando o futebol não é aquilo tudo. A força da torcida empurra o time e o adversário sente.

Há todo um clima para essa decisão, mas não acredito que os episódios que estão acontecendo extracampo vão interferir dentro das quatro linhas. A comissão técnica e o Hemerson Maria sabem blindar os jogadores, que também ficam um pouco alheios a esta situação. Ninguém vai entrar em campo pensando no que vai acontecer depois. Todo mundo quer vencer o jogo e comemorar. O que vai acontecer depois é outra história.

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Lucas Balduino, editor-assistente

“O JEC está um passo à frente”

É um reencontro entre os dois últimos finalistas. A torcida esgotou os ingressos. Os bastidores estão pegando fogo. Os dois times estão completos com o que tem de melhor. Não faltam ingredientes para que essa decisão de domingo seja a grande partida do Campeonato Catarinense.

Apesar do equilíbrio que pôde ser visto entre os dois clubes nos quatro confrontos anteriores no Estadual, vejo que o JEC está um passo à frente na luta pelo título. A equipe atravessa um ótimo momento na competição e sabe que pode contar com a força do seu estádio para liquidar a fatura.

É claro que tabus foram feitos para serem quebrados, mas o fato de não perder na Arena desde julho do ano passado dá ainda mais segurança para o grupo tricolor, que neste domingo contará com a casa cheia.

Além disso, a motivação do time de Hemerson Maria está nas alturas. Embora ninguém admita e teime em afirmar que o caso extracampo fica fora das quatro linhas, o grupo entrará em campo “mordido”, disposto a provar por A mais B que é campeão de fato do Catarinense.

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O campeão de direito só será conhecido nos tribunais, a partir de terça-feira. Mas, no fim das contas, a imagem que vai ficar é a de um time erguendo o troféu e dando a volta olímpica no gramado.

Edenilson Leandro, editor e colunista

“O domingo promete na Arena”

Dizem ser a torcida o 12º jogador de um time. É certo, é homenagem justa, é apologia necessária. Porém, na decisão entre Joinville e Figueirense, neste domingo, na Arena, peço licença para escalar a frieza como reforço capaz de decidir o clássico. Para um e para outro.

Depois do 0 a 0 no primeiro jogo, os treinadores certamente reviram uns e fortaleceram outros conceitos. O empate basta para o JEC. Um gol (ou “uma bola”, como gostam de dizer os boleiros) pode servir para o Figueira. Ou seja, o favoritismo é algo muito tênue de se abordar a esta altura do campeonato e pelo clima estabelecido. A frieza para encarar o estádio cheio e o clima criado pelo extracampo tende a fazer muita diferença. O controle dos nervos determinará o controle da partida.

O domingo promete na Arena Joinville. Já que se manteve o jogo para domingo e o julgamento será na terça, importante torcer também por espíritos desarmados. Estamos diante de um evento de risco. Aliás, dúvida cruel do torcedor menos passional e dos locutores: dará ou não para gritar “é, campeão” no apito final?

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O bicho pegou. Para a decisão em si, da maneira mais turbulenta. Pelo que representa para a cidade, quero que o JEC seja campeão. O espírito é este: vamos lá, Tricolor?

Elton Carvalho, editor e colunista

Consolidação de um trabalho

Nem o erro administrativo cometido pelo JEC no caso do atleta Diego Krobel nem uma possível derrota na final para o Figueirense irão manchar o excelente trabalho de reconstrução do Joinville desde o início da gestão Marcio Volgelsanger/Nereu Martinelli. Um exercício rápido de memória lembrará que, em 2008, o Tricolor jogava a final da Copa Santa Catarina com uma equipe inferior ao Brusque – de quebra, acabou derrotado em plena Arena. Hoje, o cenário é completamente diferente.

O Joinville é Série A. O Joinville é o campeão brasileiro da Série B. O Joinville conta com um elenco superior e, sim, é o favorito ao título catarinense por todas as vantagens que tem e por viver um melhor momento. Em nenhuma outra decisão nos últimos anos, o Joinville entrou à frente dos rivais. Só em 2001. Lá, foi campeão.

Se não houvesse este problema administrativo, que agitou a semana, o JEC poderia até se tornar um exemplo aos demais com a possível conquista. Mas mesmo em excelentes gestões é preciso aprimoramento. O Joinville aprendeu a lição.

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No domingo, os tricolores tentarão recuperar a supremacia dentro de campo, mas antes mesmo da decisão podem ficar orgulhosos que o gigante que cresceu e apareceu ao longo da década de 1980 está muito vivo e impõe respeito aos rivais. O título apenas consolidará o trabalho.