A Polícia Federal realizou uma operação na manhã desta terça-feira (18) em Santa Catarina. Sete mandados de prisão temporária e outros 23 de busca e apreensão foram cumpridos na ação intitulada Operação Chabu, que investiga a divulgação ilícita de informações sigilosas referentes a investigações conduzidas pela Polícia Federal.
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O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, foi uma das pessoas presas temporariamente. Conforme a assessoria da Prefeitura, ele prestará depoimento na Polícia Federal.
Localizado no quinto andar do prédio que ainda carrega o nome da antiga pasta, o gabinete do prefeito de Florianópolis teve uma manhã movimentada. Agentes da Polícia Federal estiveram no local, conforme relato de servidores à CBN Diário.

Durante parte da manhã, funcionários do gabinete do prefeito não puderam entrar no local de trabalho por conta disso.
Agentes também estiveram no prédio da Procuradoria da Fazenda Nacional, localizado ao lado da Catedral Metropolitana. Funcionários da unidade não souberam dizer se documentos ou computadores foram levados pela PRF.
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Além do prefeito, o delegado da PRF Fernando Amaro de Moraes Caieron teve a prisão preventiva decretada. Caieron coordenou grandes operações relacionadas ao tráfico de drogas em todo o país.

Também foram presos temporariamente o ex-secretário da Casa Civil, Luciano Veloso Lima, e o agente da PF Marcelo Roberto Paiva Winter.
Lima esteve à frente da casa durante todo o ano de 2018. Winter atua na área de crimes de alta tecnologia, auxiliando em investigações e em forense computacional, em Florianópolis. A defesa informou ao NSC que vai se manifestar somente depois que tiver acesso aos autos, mas adiantou que ele já prestou depoimento. A reportagem não localizou a defesa de Lima e Caieron.

A polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do Grupo Nexxera, localizada no Centro de Florianópolis. Em nota, o Grupo Nexxera informou não saber do que se trata a operação e ressaltou que é uma fase de investigação e provas. "Estamos confortáveis evamos contribuir com o que for preciso com as autoridades", afirmou em nota.
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Entenda a Operação
Os suspeitos atuam em órgão de inteligência e investigação conforme a Polícia Federal. A investigação apontou que eles são suspeitos de agir com o objetivo de prejudicar investigações policiais em curso e proteger o núcleo político em troca de favorecimentos financeiros e políticos.
A rede seria composta por políticos, empresários, e servidores da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
"Durante as investigações foram apuradas várias práticas ilícitas, dentre as quais destacam-se o vazamento sistemático de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar 'salas seguras' a prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas", afirmou a PF em nota.

Estão sendo investigados crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa conforme a Polícia Federal.
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A investigação teve início após análise dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse realizada em agosto de 2018. Um gabinete da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) foi alvo de um dos 10 mandados de busca e apreensão cumpridos na operação. Na ocasião, os investigados eram servidores públicos da Polícia Federal e da Polícia Civil.
Foram investigados os crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa.