O ano letivo começou ontem para cerca de 21,5 mil alunos da rede estadual de ensino em Blumenau, os últimos estudantes que ainda estavam em férias na cidade. Com o retorno o trânsito retoma oficialmente o fluxo normal e a movimentação de jovens aumenta pelas ruas em torno das escolas.

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Para avaliar a segurança dos pedestres que frequentam as escolas na cidade, a equipe do Santa percorreu diversos bairros e avaliou as faixas de segurança em frente a 10 instituições de ensino municipais, estaduais ou particulares em Blumenau. O resultado foi razoável, com a maior parte das travessias em situação regular ou boa, mas alguns casos ruins chamam a atenção para o perigo e a dificuldade de quem precisa atravessar.

Veja a situação das faixas:

Um dos pontos mais perigosos observados pela reportagem foi na Rua Doutor Pedro Zimmermann, na Itoupava Central. Por ser uma rodovia estadual que corta o bairro, a região tem grande fluxo de carros e caminhões. Duas escolas ficam às margens da rodovia e constantemente alunos precisam atravessar a pista de mão dupla.

Na Escola Municipal Anita Garibaldi o problema não é de hoje. A falta de segurança para os alunos é tema de protestos desde 2011, quando acidentes aconteceram na via. No local há uma faixa de pedestres completamente apagada e lombadas físicas que desaceleram os veículos, mas ainda não garantem a segurança que a população reivindica. Sinalização boa somente na faixa pintada em protesto no muro da escola.

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– A comunidade aqui pede uma passarela para a escola faz tempo. É muito movimentado e muitos alunos precisam cruzar a pista correndo – diz o aposentado Arci Nicolau do Nascimento, que atravessava a rodovia com a sua bicicleta.

Na região Central da cidade a situação é melhor. Na Rua Nereu Ramos, que recentemente passou por obras por conta do novo binário formado com a Alameda Rio Branco, as escolas Barão do Rio Branco e Pedro II lotam as calçadas com estudantes em uma área de fluxo intenso o dia inteiro. Na região da Barão as faixas ficam em cruzamentos com semáforos, que tornam a travessia segura, algo que não acontece em frente ao colégio estadual.

Para Gabriela Rocha, aluna do ensino médio do Pedro II, a velocidade dos carros causa certa insegurança na faixa de pedestres em frente à escola.

– Uma menina foi atropelada aqui ano passado. Pintaram a faixa de novo, mas os carros vêm muito rápido, talvez seria o caso de uma lombada – avalia a jovem de 15 anos.

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Ações de revitalização são permanentes, diz secretário

De acordo com o secretário de Planejamento Urbano de Blumenau, Juliano Gonçalves, as ações de revitalização em faixas de pedestres pela cidade são permanentes e ocorrem o ano inteiro conforme a demanda da população. Passarelas e travessias elevadas fazem parte do planejamento do município, mas dependem de um orçamento apertado para as condições financeiras atuais.

– Temos alguns projetos em andamento, como o de uma passarela na Rua Nereu Ramos para os alunos do colégio Pedro II. Já fui no local com o secretário de Desenvolvimento Regional e estamos tentando a verba. Há também uma reunião agendada para a semana que vem com representantes das escolas do Centro para fazer uma avaliação após as mudanças no trânsito – ressalta.

Para as travessias elevadas, Gonçalves diz que há mais de cem pedidos da comunidade, a maioria viável em termos de trânsito mas que dependem de recursos. Na questão de acessibilidade e rebaixamento de calçadas, o secretário explica que a prefeitura está fazendo o diagnóstico dos passeios em Blumenau – que faz parte do projeto Calçada Nota 10 – e que, a partir do inventário, irá propor as melhorias possíveis para corrigir o que ele chama de passivo urbanístico da cidade, as calçadas irregulares feitas antigamente.

– As novas construções em Blumenau já precisam de uma calçada adequada no seu planejamento, senão ela nem consegue o Habite-se. A questão é corrigir o que já foi feito.

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