Na ambulância do Samu – que comemora 10 anos de atuação em Blumenau neste mês -, todos os equipamentos precisam estar nos locais previstos e preparados para o uso imediato. A rotina no trânsito exige perícia e calma de quem está na direção. Apesar da velocidade elevada em alguns momentos, o condutor da ambulância deve manter a segurança de todos.
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Quem viaja dentro do veículo e não está acostumado com a rotina tem a sensação de que está prestes a se envolver em um acidente de trânsito. Mas tudo está sob controle e o risco é extremamente calculado. Apesar da urgência do serviço e mesmo com a sirene intermitente, ainda há veículos que insistem em dificultar a passagem dos profissionais da saúde.
Enquanto não estão atendendo, os profissionais ficam instalados em quatro bases em diferentes regiões da cidade. Na Vila Nova o imóvel tem jeito de casa, com quartos, cozinha e sala. O conforto é essencial para os profissionais enfrentarem as jornadas de trabalho. Para ficar afastado de casa durante tanto tempo, é preciso que a profissão gere uma recompensa grande.
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É o que sente o técnico de enfermagem Jaques Moser, 46 anos, que integra uma das equipes do Samu com base no bairro. Há 20 anos no setor e três em Blumenau, garante que a família acaba se acostumando com a rotina de longas jornadas fora de casa. No caso de Moser, o tempo longe é ainda maior, já que ele também atua no Samu de Gaspar. Mas ele garante que a função é recompensadora.
– Já são 20 anos na área, acabamos nos acostumando. O trabalho dá um grande retorno pessoal. Em épocas como Natal e Ano-Novo, nos sobrecarregamos e fazemos trocas de plantão para ficarmos um pouco mais próximos da família – disse.
Lições para toda a vida
Há três anos na direção da ambulância do Samu, o motorista socorrista Diego Eleutério, 28 anos, guarda na lembrança um dia marcante de 2014. O profissional lembra que se dirigia ao Garcia para atender um jovem de 15 anos com crise convulsiva. Ainda na Rua 7 de Setembro teve dificuldade em ultrapassar um carro, cujo motorista teria dito para ele “passar por cima”, em tom de afronta.
Eleutério precisou forçar a manobra e quebrou o espelho retrovisor do veículo que insistia em obstruir a passagem da equipe. Depois que a equipe chegou ao atendimento e estabilizou o paciente, estacionou no local aquele mesmo carro com o espelho quebrado. Coincidentemente era o pai do adolescente.
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– Ele chegou e perguntou pelo motorista da ambulância. Me abraçou e chorou muito – lembra.
Veja a história que marcou a vida de Eleutério: