O DESAFIO DE CONCILIAR TRABALHO E FAMÍLIA
A área onde Tania Maria Andrade trabalha dentro da WEG tem uma peculiaridade: é um dos poucos setores da empresa de Jaraguá do Sul onde a maioria da força de trabalho é feminina – 60%. Tania é chefe do departamento de montagem de quadros elétricos B da companhia, atividade ligada à subsidiária WEG Drives & Control – Automação.
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Sob sua coordenação está uma equipe de 106 colaboradores, envolvida em projetos em países como México, Chile e Austrália.
Com 17 anos de casa, Tania conquistou a função em 2007. Foi, recorda ela, a única mulher a disputar o cargo quando ele foi aberto. Por ser do setor metalmecânico, onde a mão de obra operacional e também a formação acadêmica ainda é predominantemente masculina, é natural que na WEG a maioria dos cargos de gerência sejam ocupados por homens – são apenas 32 mulheres num universo de 560 funções de chefia.
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– Amo meu filho em primeiro lugar. Tento curti-lo ao máximo, faço passeios, atividades de entretenimento. A empresa é a minha segundo paixão – conta ela.
Para Tania, o espírito maternal pode, se bem trabalhado, servir como um trunfo para que as mulheres conquistem mais cargos de liderança.
– A mulher normalmente tem uma sensibilidade maior. Como a era do chefe carrasco já passou, é preciso alguém mais flexível, mais gentil, e nisso nós estamos um pouco à frente. Eu brinco que tenho vários filhos. Acabo adotando a minha equipe – diz.
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VANGUARDA FEMININA NA INDÚSTRIA

Prestes a completar 80 anos, Helga Lepper de Loyola ainda respira o dia a dia da Lepper, fabricante joinvilense de artigos para cama, mesa e banho. Apesar de não integrar mais a diretoria executiva da empresa – hoje atua no conselho de administração -, a bisneta de Hermann August Lepper, fundador da companhia têxtil e da Associação Empresarial de Joinville (Acij), faz questão de acompanhar tudo de perto. Dá palpites nas coleções, visita os setores da fábrica e faz questão de cumprimentar os funcionários que encontra pelo caminho.
Quem conhece a simpática senhora, de ares de dondoca (como ela mesma brinca), não imagina os apuros pelos quais ela já passou e o que ela representa. Nascida em Joinville, Helga foi, com apenas três anos de idade, para a Alemanha, onde viveu parte da infância. Foi também lá que ela testemunhou os horrores da guerra. Importante polo bélico alemão, a cidade de Kassel, onde morava, foi alvo constante de bombardeios por parte, principalmente, da força aérea britânica. O pai, dono de uma fábrica de pianos, foi perseguido, acusado de ser nazista.
A tranquilidade só veio na volta a Joinville, aos 11 anos. Mais tarde, dona Helga se casou com José Henrique Carneiro de Loyola. O marido assumiu os negócios da família na década de 1960. Anos depois, convidou a esposa a se juntar a ele na gestão da empresa.
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Dona Helga tinha, então, 40 anos e nunca havia trabalhado. Mas encarou o desafio. No início, ela se dedicava ao desenvolvimento de novos produtos. Sua grande missão foi dar um toque mais feminino às coleções.
Peças como toalhas de mesa começaram a ganhar novas cores e acabamentos diferenciados. Dona Helga se encarregava da compra das matérias-primas e fazia, ela mesma, a decoração dos estandes quando a Lepper participava de feiras. Fazia, afinal, todo o sentido.
– Era tudo feito por homens. Mas quem comprava produtos da casa era a mulher – diz ela.
