Depois de quase seis meses, 32 times, de 11 países, divididos em oito grupos, este 4 de julho apontará quem é a melhor equipe da edição 53 da Libertadores. Após 125 jogos, o embate de número 126 irá definir, a partir das 21h50min, quem irá representar o continente sul-americano no Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão.
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Quis o destino que brasileiros e argentinos se encontrassem mais uma vez. Se depender da vantagem, o troféu vai para Buenos Aires: ao todo, os vizinhos têm 22 títulos. O Brasil, 15. O Boca tem outro trunfo: apenas duas vezes, em toda a história da competição, perdeu para brasileiros no mata-mata. Em 1963, para o Santos, de Pelé e companhia, na final, e em 2008, para o Fluminense, nas semifinais.
Além disso, sabe-se, o Boca não tem casa. Mais: parece gostar e ter uma afinidade ímpar com o Brasil. Já venceu três Libertadores aqui: contra Palmeiras, em 2000; Santos, em 2003; e Grêmio, em 2007. Não bastasse isso, ainda derrotou o Cruzeiro na final de 1977 – seu primeiro título.
O Corinthians, então, entra como azarão? Pelo fato de chegar à final pela primeira vez e, por isso, não ter uma tradição tão extensa em Libertadores, sim. Pelo futebol eficiente que tem apresentado, não. Tite conseguiu mecanizar o time. Fez com que volantes até então desconhecidos se transformassem em quarto e quinto homens do setor ofensivo. O Corinthians, no fim das contas, é o atual campeão brasileiro – competição que há quem conceitue como a mais difícil do mundo.
As perguntas são muitas. E as respostas só virão durante os dois tempos de 45 que se aproximam. Ou ainda na prorrogação e nos pênaltis. Confira os 10 motivos pelos quais você deve assistir à final da Libertadores, na noite desta quarta, diretamente do Pacaembu.
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1) A primeira vez a gente não esquece
Tem tudo para ser uma noite inesquecível. Com fama de sofredor, o torcedor corintiano padece desde os tempos do Santos de Pelé. Já enfrentou longos 23 anos sem vencer o Paulistão – entre 1954 e 1977 -, e assistiu os rivais paulistas vencerem a Libertadores sete vezes. Caso conquiste a taça, o 4 de julho ficará marcado como o dia em que o Corinthians finalmente viu a fila andar. E com direito a roteiro épico.
2) Um vencedor internacional
Três Mundiais, seis Libertadores, quatro Recopas Sul-Americanas, duas Copas Sul-Americana. Ao todo, são 17 títulos internacionais. Em um breve ranking, o Boca ficaria atrás apenas do Milan, que tem 18. Se a Libertadores 2012 for para Buenos Aires, o Boca Juniors levará para casa a alcunha de maior vencedor de títulos internacionais e também da própria Libertadores. Até o momento, o Independiente, também da Argentina, tem sete conquistas.
3) O Boca não tem casa
Os exemplos são muitos. Se ficarmos apenas nos brasileiros, podemos lembrar de Palmeiras, em 2000; Santos, em 2003; e Grêmio, em 2007. Em todas essas ocasiões, o Boca ganhou a Libertadores fora de casa. É um time que, historicamente, não se amedronta e pouco altera a forma de jogar independentemente do resultado. Sem avisar, o escorpião Boca Juniors sobe ao ataque e pica para desferir o veneno. O adversário fica atônito e, sem reação, é derrotado. O 1 a 1 na Bombonera, portanto, não significa nada.
4) Brasil x Argentina
Não é preciso dizer por que um embate entre brasileiros e argentinos é um bom motivo para assistir à final da Libertadores.
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5) Tite
O jogador mediano que começou a carreira de técnico no interior do Rio Grande do Sul prova, a cada ano, que trabalho árduo faz parte do seu cotidiano. Depois de ser campeão da Copa do Brasil com o Grêmio, em 2001; da Sul-Americana, com o Inter, em 2008; e do Brasileirão, com o Corinthians, ano passado, Adenor Bacchi pode se consagrar de vez.
6) O coletivo corintiano
A maior estrela do Corinthians desta Libertadores é, definitivamente, o seu coletivo. Um tipo de jogo capaz de não deixar o adversário pensar. É o que poderíamos chamar de “time-formiguinha”. Todos por um e um por todos. A marcação por zona é executada sempre com lucidez. E os volantes chegam à área para compor com Alex e Danilo. Um time seco e frio.
7) Riquelme
Juan Román Riquelme é a síntese do Club Atlético Boca Juniors. Ou seja, é o mais bem cultuado retrato do “falso-lento” em um campo de futebol. Se o Boca, do nada, vai ao ataque e mata o adversário em três toques, é bem provável que pelo menos um desses toques nasça do seu pé direito. Riquelme é preciso. Sabe que as boas jogadas do time são criadas por ele. Uma falta, um pênalti, um escanteio, não importa. Com a bola em jogo, se o Corinthians quiser vencer, deve anulá-lo – ou anular o jogador que tocará a bola para ele.
8) O Boca é o Brasil
Os próprios corintianos sabem que poucos, fora eles, os corintianos, têm algum tipo de simpatia pelo Corinthians. É animosidade pura. Todos os outros 160 milhões de brasileiros – à parte os 30 milhões de corintianos – torcerão contra o Corinthians. Alguns, por simpatia a Tite, talvez não. Serão raros. Nunca um número tão grande de brasileiros torceu tanto para uma equipe argentina. O desejo é um só: manter o Corinthians longe da mais cobiçada das taças do continente.
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9) A fiel corintiana
Podem falar o que quiser, podem detestar, podem secar bastante, mas uma coisa é inegável: o tamanho da torcida do Corinthians é imenso. Sabemos lá o que são aproximadamente 30 milhões de pessoas torcendo para o mesmo time, em uma só corrente? Mais: certamente, os 40 mil que estarão no Pacaembu farão um barulho extremo durante toda a partida. Não é a Bombonera, mas vale o espetáculo.
10) É final de Libertadores, oras
De um lado, há um senhor que todos os dias atravessa a rua para tomar um café na Augusta. Ele lê o jornal, olha a TV, morde o pastel e, até hoje, espera pelo título corintiano da Libertadores. De outro lado, há um senhor que todos os dias atravessa a Florida e adentra em um café para comer alfajores e relembrar um dos seis títulos do Boca. Eles são fanáticos. Eles apreciam futebol. Assistirão à final. Irão vibrar. Ou chorar. Final de Libertadores é digna de programação especial. É dia de parar tudo e ver de fato, de perto, concentrado, quem “manda” na América do Sul.
ONDE ACOMPANHAR:
RBS TV e FOX Sports transmitem Corinthians x Boca Juniors ao vivo a partir das 21h50min desta quarta-feira. A Rádio Gaúcha abre a jornada às 21h40min.