A 21ª Conferência Internacional sobre a Aids na África do Sul terminou nesta sexta-feira com apelos para que se aumente o financiamento da luta contra a doença, enquanto a busca pela cura continua e 2,5 milhões de pessoas continuam se infectando pelo HIV por ano.
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“O trabalho simplesmente não é feito”, disse a presidente da Sociedade Internacional de Aids (IAS), Linda-Gail Bekker, para milhares de delegados na cerimônia de encerramento do evento.
“Durante os cinco dias da conferência, 15.000 pessoas que vivem com HIV morreram, (…) e mais de 28.000 foram infectadas com o HIV”, acrescentou.
“Isto me indigna e me assusta, e não vejo espaço para complacência”, completou Bekker.
Cerca de 15.000 cientistas, ativistas e doadores se reuniram na cidade portuária sul-africana de Durban para discutir os mais recentes avanços na luta contra uma epidemia que matou mais de 30 milhões de pessoas em 35 anos.
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Enquanto o número de novas infecções se estabilizou, o financiamento sofreu uma queda.
Um estudo da Unaids e da Fundação Kaiser Family apresentado na conferência apontou uma queda de bilhões de dólares em financiamentos de governos, de US$ 8,6 bilhões em 2014 para US$ 7,5 bilhões no ano passado.
“Estamos em um momento particularmente crítico para o futuro do financiamento”, disse Bekker, que é a primeira mulher africana a comandar o IAS.
O alerta chega dois meses antes de uma conferência da organização de financiamento internacional Fundo Global no Canadá.
O Fundo Global foi criado em 2002 com o objetivo de arrecadar dinheiro para a luta contra a Aids, a malária e a tuberculose.
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A organização está pedindo um financiamento de pelo menos US$ 13 bilhões dos governos doadores.
Uma falha na tentativa de preencher esse déficit só custaria mais dinheiro, disse a Rede de Advogados do Fundo Global no início desta semana.
Um estudo divulgado pelo grupo nesta semana alertou sobre 21 milhões de mortes evitáveis por Aids e 28 milhões de novas infecções pelo HIV nos próximos seis anos se o Fundo Global não conseguir os US$ 13 bilhões solicitados.
“Tudo se resume a isso: se as pessoas vivem ou morrem em muitos países é algo que vai depender de como os doadores respondem ao chamado do Fundo Global para a ação”, disse Bekker. “Vidas dependem do Fundo Global”, completou.
Cerca de 36 milhões de pessoas no mundo vivem com o HIV e a AIDS, principalmente na África subsaariana.
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Destes, apenas 17 milhões estão recebendo tratamento.
A ONU definiu 2030 como o prazo final para acabar com a epidemia de Aids.
* AFP