Negociadores internacionais abriram hoje uma nova rodada de discussões na busca por um complexo acordo para suceder o Protocolo de Kyoto. Há uma divisão clara entre a posição dos países ricos e das nações em desenvolvimento sobre como diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa. A conferência climática, realizada em Bangcoc, deve durar uma semana e reúne representantes de 163 países.
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O encontro faz parte de um calendário de 21 meses que prevê a conclusão do acordo até dezembro de 2009. O objetivo é controlar a emissão de gases como o dióxido de carbono, apontado como um dos responsáveis pelo aquecimento global. Organizadores do encontro patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) pediram aos delegados que cheguem a resultados em breve, dada a gravidade da situação.
A reunião foi precedida por uma conferência preparatória realizada em Bali, em dezembro.
– Com o prazo de 2009, nós temos apenas um ano e meio para concluir as negociações sobre o que será provavelmente o mais complexo acordo internacional já visto na história – disse Yvo de Boer, secretário-executivo para mudanças climáticas da ONU.
– E eu estou confiante de que isso pode ser feito.
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Muitos cientistas e as Nações Unidas concordam que o mundo precisa estabilizar as emissões de gases causadores do efeito estufa no próximos dez a quinze anos. Até 2050, será preciso uma redução de 50% para impedir que as temperaturas aumentem e levem a mudanças ambientais devastadoras.
Notícias da aceleração dos efeitos do aquecimento global, como o recente descolamento de uma enorme geleira no Oceano Antártico, além da maior violência de ciclones e alagamentos, colocam mais pressão sobre os responsáveis pelo acordo.
Nações em desenvolvimento, lideradas pela China, acreditam que a maioria dos consideráveis custos deve caber às nações ricas. Estas, argumentam, poluíram o ambiente durante as décadas em que cresceram economicamente. Esses países também querem auxílio e tecnologia para aumentar a eficiência energética.
Já as nações ricas, como os EUA e o Japão, creditam que apenas um acordo que também preveja cortes de emissão para os países em desenvolvimento seria justo. Os EUA, que não assinaram o Protocolo de Kyoto, afirmam que China e Índia devem arcar com mais custos para conter o aquecimento global.
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