Pedro Rodrigo Pereira dos Santos, condenado a 34 anos de prisão pela morte de dois policiais rodoviários federais em 2001, foi preso em flagrante na sexta-feira na zona Sul de Joinville. O homem, que cumpre pena na Penitenciária Industrial de Joinville por diversos crimes, deveria estar em expediente de trabalho externo, concedido como benefício pela Justiça. Mas foi flagrado tratando de negócios ilícitos com Airton Gercy Antunes, no meio da rua, no bairro Fátima.
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Os dois foram presos por corrupção ativa porque tentaram subornar policiais que fizeram a abordagem. Segundo o relato dos PMs, Pedro confessou que negociava uma lancha com Airton, mas que deveria estar trabalhando em serviço externo à penitenciária. Ele teria oferecido R$ 50 mil e um terreno aos agentes.
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Os policiais acharam documentos aparentemente falsos no carro de Airton, que teria afirmado que é estelionatário e falsificava documentos. Uma máquina utilizada para fabricação de selos de identificação de chassi e de motores de veículos foi apreendida em uma autopeça, indicada pelo próprio Airton. Os policiais constataram que havia um mandado de prisão em aberto no nome dele por crimes cometidos no Paraná. Para evitar a prisão, Airton teria oferecido R$ 10 mil aos PMs.
Em depoimento na delegacia, negaram as acusações. No mesmo dia, uma decisão assinada pelo juiz da 2ª Vara Criminal, Gustavo Henrique Aracheski, converteu a prisão em flagrante em preventiva. A Justiça aguarda agora a manifestação do Ministério Público. O juiz da Vara de Execuções Penais, João Marcos Buch, também suspendeu os benefícios de saídas temporárias, trabalho externo e as saídas para estudo de Pedro.
60 anos de pena
Somadas as condenações, Pedro Rodrigo tem pouco mais de 60 anos de pena: um ano por crime ambiental em Itajaí, seis por assalto em Trombudo Central, 20 por assalto em Biguaçu e 34 pela morte de dois policiais em Joinville, em 2001.
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Morte de policiais
O crime aconteceu há quase 14 anos, numa sexta-feira santa, em 13 de abril de 2001, em Joinville. Pedro Rodrigo e o comparsa Valdir Saggin foram perseguidos e parados pelos policiais rodoviários federais quando trafegavam pela BR-101 com destino à Itajaí. A abordagem aconteceu em uma saída da rodovia, na Estrada dos Suíços, no bairro Vila Nova.
Os policiais Rodrigo Zonta de Oliveira e Airton Borges foram rendidos e executados à queima roupa. A dupla foi presa menos de um mês depois. Valdir Saggin, que é ex-policial militar, foi condenado a 41 anos de prisão. Ambos foram julgados em júri popular pela Justiça Federal.