O delator do esquema do mensalão e deputado federal cassado Roberto Jefferson vai se licenciar da presidência nacional do PTB no domingo. A justificativa oficial é que ele vai deixar suas funções executivas no partido para se dedicar exclusivamente ao tratamento do câncer no pâncreas, diagnosticado em julho. Jefferson será substituído pelo vice-presidente da legenda, o ex-deputado federal Benito Gama.

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A substituição, no entanto, foi anunciada no dia seguinte da leitura do voto do ministro revisor do processo do mensalão, Ricardo Lewandowski, no Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou a condenação de Jefferson por corrupção passiva. O ex-deputado recebeu cerca de R$ 4,5 milhões do PT para viabilizar candidaturas do PTB nas eleições municipais de 2004.

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O estado de saúde de Jefferson é grave. Na cirurgia em que removeu o tumor do pâncreas, outros órgãos foram afetados. No dia 12, ele teve que voltar ao hospital Samaritano, onde havia sido operado, para se recuperar de uma crise aguda gastrointestinal e de desidratação. Permaneceu internado uma semana. Na quarta-feira, o ex-deputado começa a se submeter a sessões de quimioterapia.

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– O presidente ficará afastado por um período de seis meses para cuidar da saúde. Vamos manter nossa linha na base da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputado e no Senado – explicou Gama. O PTB tem 21 deputados federais e seis senadores.

Segundo o novo presidente do PTB, a substituição deveria ter ocorrido há duas semanas, mas foi adiada por causa do retorno de Jefferson ao hospital. Gama assegura que a saída do delator do mensalão não tem relação alguma com a confirmação de sua condenação por corrupção no voto do ministro Ricardo Lewandowski.

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