Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), anunciou que vai recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos contra a decisão. Em entrevista ao lado de seu advogado, Marcelo Bessa, o deputado argumentou que qualquer pessoa, incluindo ele próprio, tem o direito a ter uma condenação reexaminada, seja por outra instância ou pelo mesmo tribunal.
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– Apelarei até as últimas instâncias do planeta para garantir o inviolável direito a uma defesa que seja examinada em duas oportunidades distintas de julgamento – disse.
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O deputado afirmou que a acusação cometeu atropelos e desconsiderou alguns fatos. Ele negou, por exemplo, que estivesse presente na sessão que votou o projeto de Lei de Falências, uma das propostas apontadas pela acusação como troca de apoio por dinheiro.
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– O reexame de uma condenação penal é uma garantia que, além de resguardar o direito a ampla defesa, tem o papel de permitir a qualquer réu contrapor, dentro de um ambiente democrático, aos argumentos utilizados para a condenação – afirmou Costa Neto.
Na entrevista desta tarde, Valdemar afirmou que continuará exercendo o mandato de deputado e não considerou a hipótese de ir para a prisão:
– Não, de jeito nenhum. Vamos ganhar isso aí.
Ele disse que continua deputado e que há ainda vários recursos a serem apresentados na Justiça contra a condenação.
Valdemar foi condenado pelo STF por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Ele disse que o crime que cometeu e que assume foi o eleitoral, seguindo a tese de que houve uso de caixa dois na campanha e não pelo pagamento por apoio político no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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– Não sou inocente. Mas também nunca vivi de lavagem de dinheiro, corrupção ou formação de quadrilha. Apenas fui condenado pelo crime errado – afirmou o parlamentar.
Na entrevista, Costa Neto atribuiu a responsabilidade pela origem do dinheiro ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, inocentando Lula, o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino.
– Após a posse, o Lula e muito menos o José Dirceu nunca mais tocaram no assunto. O Lula já não tinha tocado. O Zé Dirceu com quem tratei da coligação do PT com o PL nunca, depois que assumiu a Casa Civil, tratou de assunto de dinheiro comigo. Era tudo com o Delúbio. E nunca também com o Genoino. O Genoino não sabe nem o que é dinheiro – disse Valdemar.
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