A Uber já não é a única alternativa aos táxis em Santa Catarina. Desde o dia 20 opera na Capital e em Blumenau a Yet GO, companhia 100% brasileira. Além dela, a indiana WillGo se prepara para entrar no mercado catarinense em fevereiro.

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Segundo o diretor de operações e idealizador da Yet GO, o paraense Alberto Souza Júnior, os principais diferenciais são a tarifa fixa – em horários de maior demanda, o aplicativo da Uber aciona a tarifa dinâmica, elevando os preços – e a não cobrança de taxa de cancelamento de corrida.

— Vi que tinha um nicho de mercado ali, tinha usuário insatisfeito com a Uber por conta da tarifa dinâmica. Eu passei o Réveillon em Nova York e paguei dez vezes a tarifa normal por conta disso. Uma corrida de 15 dólares virou 150 dólares – diz o diretor.

O preço fixo, contudo, é maior que o da Uber quando a tarifa dinâmica não está ativa. Uma viagem da Praça XV, no centro da Capital, até o Aeroporto Hercílio Luz, por exemplo, sai por R$ 25,40 pela Yet GO e R$ 18,45 na tarifa normal da Uber.

Em Florianópolis, cerca de 500 motoristas se inscreveram para trabalhar pela nova companhia, mas apenas 300 devem ser aprovados segundo o diretor de operações. Até o momento, apenas 50 passaram pelo crivo da empresa e já atuam na Capital, mesmo número de Blumenau. O processo de aprovação é semelhante ao da Uber, com checagem de documentos como antecedentes criminais.

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A remuneração é a mesma: 25% de cada viagem vai para a dona da plataforma. No entanto, a empresa brasileira diz que limita o número de colaboradores, o que evitaria que o motorista precise trabalhar muitas horas para receber um valor significativo.

Por outro lado, esse baixo volume de veículos tem provocado reclamações de clientes em cidades nas quais a Yet GO se estabeleceu. A Uber, por sua vez, garante que o que a distingue da concorrência é a capacidade de disponibilizar um automóvel a, no máximo, cinco minutos de distância do usuário.

Concorrência acirrada

A Yet GO começou a operar em outubro de 2016 e está presente em 58 municípios brasileiros, incluindo todas as capitais. Com sede em Belém, a empresa conta também com escritórios nas capitais mineira e gaúcha. De acordo com Souza Júnior, duas empresas – uma de Porto Alegre e outra de Belo Horizonte – investiram R$ 5 milhões na plataforma.

As metas dos cinco sócios à frente do negócio são agressivas: até o final de fevereiro pretendem estar presentes em 200 cidades e, até dezembro, o objetivo é atingir todas os 500 municípios do país com pelo menos 100 mil habitantes.

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— Queremos ir para o interior, onde a Uber não tem interesse e as pessoas não contam com transporte de qualidade – afirma Souza Júnior.

Para isso, apostam num sistema de franquias. Cada cidade conta com um franqueado que, na prática, atua como um gerente operacional ao fazer de tudo um pouco.

A pretensão de expandir para o interior, contudo, esbarra em outra concorrente. A indiana WillGo, que começou a operar no Brasil em março do ano passado, também tem planos de abocanhar esse mercado. O objetivo é alcançar 200 municípios brasileiros a partir de 50 mil habitantes até o final de 2017, também com base no modelo de franquias.

Para se diferenciar, a empresa asiática, além de não cobrar tarifa dinâmica, dá opções até mesmo de carros blindados e de motos para entrega de documentos (Na Capital só serão oferecidas opções mais simples). Também é possível favoritar motoristas. Assim, sempre que o usuário pedir um carro, o aplicativo dará preferência àquele prestador de serviços.

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Outra distinção é a forma de pagamento aos motoristas. Em vez de cobrar uma porcentagem fixa por corrida, a companhia indiana adota um modelo que se parece com uma assinatura, no qual o motorista paga pouco mais de R$ 170 reais por mês, independentemente de ter trabalhado todos os dias ou não. De acordo com a assessoria de imprensa da WillGo, 90% de seus motoristas migraram da Uber.

Ainda sem regulamentação na Capital – como em outras muitas cidades onde operam – serviços como este demandam setores jurídicos robustos por parte das empresas. A novata brasileira tem entrado com processos contra prefeituras alegando inconstitucionalidade da proibição. No caso de Florianópolis, uma liminar concedida pela Justiça em dezembro liberou o serviço.

COMPARE OS APLICATIVOS:

Yet GO

Valor: preço base de R$ 3 para partida +R$ 0,15 por minuto + R$ 1,70 por quilômetro rodado

Viagem da Praça XV até o aeroporto de Florianópolis*: R$ 25,40

Tarifa dinâmica: não

Taxa de cancelamento: não

Remuneração dos motoristas: a Yet GO fica com 25% do valor de cada viagem.

Frota: automóveis a partir de 2010.

Número de motoristas na Capital: atuam agora 50 motoristas, mas há 500 inscritos, dos quais a empresa pretende aprovar 300.

Cidades do Estado em que está presente: Florianópolis e Blumenau.

*Considerando trajeto de 11,5 km percorrido em 19 minutos.

WillGo**

Valor: preço base de R$ 4 para partida + R$ 0,32 por minuto + R$ 1,61 por quilômetro rodado

Viagem da Praça XV até o aeroporto de Florianópolis: R$ 28,59

Tarifa dinâmica: não

Taxa de cancelamento: não

Remuneração dos motoristas: o motorista paga uma taxa fixa por mês, como em uma assinatura, independentemente de ter trabalhado todos os dias ou não.

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Frota: automóveis a partir do ano 2009.

Número e motoristas na Capital: meta é ter em torno de 400 inicialmente.

**Previsão de início de operações em Florianópolis em fevereiro.

Uber

Valor: preço base de R$ 2 para partida + R$ 0,20 por minuto + R$ 1,10 por quilômetro rodado.

Viagem da Praça XV até o aeroporto de Florianópolis***: R$ 18,45

Tarifa dinâmica: sim

Taxa de cancelamento: R$ 6

Remuneração dos motoristas: a Uber fica com 25% do total de cada corrida na modalidade Uber X, a única disponível em SC.

Frota: automóveis a partir de 2008 com ar condicionado e quatro portas.

Número de motoristas na Capital: não informado pela empresa.

Em quais cidades do Estado está presente: Florianópolis, Joinville, Blumenau e Aeroporto de Navegantes.

***tarifa normal, não dinâmica.