A lógica de que os reajustes de combustíveis nas refinarias feitos pela Petrobras e o aumento dos custos trazidos pelos dissídios de trabalhadores de postos têm impacto direto nas bombas foi interrompida. Apesar do aumento autorizado pela estatal no fim de janeiro, o consumidor das principais cidades do Estado começa a perceber que a concorrência está puxando os valores para baixo.

Continua depois da publicidade

De acordo com a última pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada no dia 20, a média do preço da gasolina em Joinville ficou em R$ 2,853. Entretanto, a teoria da concorrência está causando uma proliferação de promoções pela cidade.

Postos de regiões movimentadas, como alguns situados em ruas principais do bairro Anita Garibaldi, arriscam baixar os valores para a casa dos R$ 2,50. A tática é recompensada pelas filas de carros que esperam para encher o tanque com o preço camarada.

Na Capital, a situação é semelhante. Uma ronda feita em estabelecimentos de diferentes bairros de Florianópolis comprovou que os preços flutuam diariamente para baixo, na maioria dos casos. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) está atento ao que os postos estão fazendo, a ponto de abrir um inquérito para apurar se existe infração contra a ordem econômica, suspeitando de prática de cartel (equiparação de preços que elimina a concorrência).

Continua depois da publicidade

A avaliação de preços da ANP para Joinville mostra que a variação pode ser muito alta. Enquanto o valor mínimo encontrado foi de R$ 2,699, o mais alto chegou a R$ 2,979. A pesquisa que será divulgada na próxima semana tende a apresentar um resultado ainda mais discrepante. Mesmo com as promoções crescendo, alguns estabelecimentos ainda preferem manter preços altos.

A redução também é perceptível na gasolina aditivada e no etanol. Os postos dizem que os preços devem ficar neste patamar ou ainda mais baixos. Não há expectativa para novos aumentos.