O nível de inadimplência no crédito chegou ao pico em meados de 2012 e ainda permanece elevado, mas já começa a recuar nas carteiras de curto e médio prazo. A avaliação é do economista chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, que participou em Porto Alegre de encontro com representantes de bancos e financeiras.
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Esse comportamento deve-se em grande parte à renegociação de novas condições pagamentos, por consumidores, principalmente na troca de dívidas vencidas por planos com prazos maiores e taxas menores. Mas também decorre da adoção de critérios mais seletivos na avaliação da capacidade de pagamento dos clientes no momento da concessão de empréstimos e venda parcelada no comércio de bens e serviços. Ou seja, analisam criteriosamente o valor da compra e o impacto da parcela no total da renda do contratante.
– Os credores oferecem prazos menores, exigem entrada e fazem uma análise mais rigorosa – explica Tingas.
Na venda da carros, por exemplo, os planos de 60 meses vêm sendo substituídos por propostas de 36 ou 48 parcelas mensais. A estabilização da inadimplência no país, entretanto, admite o executivo, também reflete uma queda no consumo em decorrência da necessidade dos trabalhadores cortar gastos e renegociar dívidas para manter equilibrado o conjunto do orçamento familiar ou pessoal.
CONSUMO CONSCIENTE
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Algumas regras básicas na gestão do orçamento familiar ou pessoal:
– Jamais gastar mais do que recebe.
– Economizar antes para depois adquirir bens e serviços mais valiosos.
– Comprometer apenas parte da renda em compras parceladas no crédito.
– Pagar as contas dentro do prazo, especialmente o cartão de crédito, que tem uma das maiores taxas do mercado.
– Evitar sempre que possível pagar juros, que acabam onerando o custo do bem adquirido.
– Renegociar junto aos credores, urgentemente, taxas mais baixas em dívidas antigas que se tornam uma bola de neve.
– Fazer empréstimo consignado apenas em caso de necessidade, especialmente para quitar um dívida com taxas mais altas.