Há 21 anos dona Conceição Vargas Ramos não é obrigada a votar. Mesmo assim, aos 91 anos, a professora aposentada faz questão de participar das eleições. Desde que a mulher ganhou o direito ao voto, na década de 1930, dona Conceição só deixou de votar quando se mudou do Rio Grande do Sul para Santa Catarina e não teve tempo de transferir o título eleitoral.
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Nascida em Alegrete (RS), dona Conceição cresceu em um ambiente politizado. Seu pai gostava muito de assuntos relacionados à política e chegou a ser prefeito da cidade. A professora aposentada, simpatizante do PTB de Getúlio Vargas, não chegou a se filiar a alguma legenda. Quando casou, por divergências partidárias com o marido, os dois decidiram que não se envolveriam tão fortemente com a política.
A filha Maria Luiza conta que quando encontra com os médicos da mãe, para buscar alguma receita, eles sempre perguntam por que dona Conceição não foi junto para que pudessem conversar sobre política. De acordo com ela, a mãe gosta tanto do assunto que troca qualquer programa de televisão para ver um debate de candidatos.
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– Escolho meus candidatos pelas qualidades que eles apresentam. Não gosto daqueles que se mostram como se fossem os tais e fazem propostas que não vão cumprir – diz ela.
Para ter confiança em quem votar, dona Conceição procura estar bem informada. Lê os jornais todos os dias, ouve rádios diariamente, assiste aos horários eleitorais e os canais de TV que mais acompanha são TV Câmara, TV Senado e GloboNews.
A professora aposentada não acredita em partidos porque, segundo ela, muitas vezes o candidato não representa a ideologia de sua legenda. Ela enfatiza que gosta muito de política, mas não de “politiqueiros”. Esses, ela define como os que fazem promessas e não cumprem:
– Aí está a BR-101 que é um exemplo. Já foi inaugurada tantas vezes e não está pronta ainda!
Aos jovens, a principal dica de dona Conceição é para que conheçam seus candidatos a fundo, para que pesquisem e se informem sobre eles e seus programas.
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– É importante pesquisar sobre a vida das pessoas e saber o que já fizeram e não fizeram – ensina ela.