As diferenças comportamentais entre fêmeas e machos, de muitas espécies, podem ser consideradas “recentes” na escala evolutiva. Remontam a 800 milhões de anos, sendo deparadas contemporaneamente. Do encontro entre gametas femininos e masculinos, a natureza forma um organismo, constituindo-se em um inteligente desenho segundo Darwin, com a incrível capacidade de adaptação, objetivando a existência.
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Ao óvulo, célula da fêmea, recai uma estratégia complexa de preparação e auxílio à vida da prole em relação ao espermatozóide, célula do macho, que essencialmente compete pela fertilização à continuidade das espécies. Isto ajusta-se ao entendimento de que a seleção sexual, ao longo do tempo, vê na “beleza” das fêmeas um profundo indicador de saúde e fertilidade, características eficazes ao desenvolvimento e a proteção de um ser contra as ameaças do ambiente _ enquanto que os machos demandam esforços à reprodução de descendentes, despendendo menos recursos em comparação aos determinantes biológicos inerentes as fêmeas na procriação.
Variações hormonais também explicam os distintos comportamentos dos gêneros, revelados na linha do tempo através de diversidades em atitudes. Por exemplo, os machos mostram aptidões a dimensões geométricas, de espaço; têm gosto por objetos, assumem riscos à competitividade; essas características encontram suporte antropológico no homo habilis dedicados à caça de “mamutes”.
Já as fêmeas vieram adaptando-se à linguagem, preferem pessoas a objetos, são cautelosas e conscientes quanto à personalidade, condutas que se “explicam” na necessidade em amparar e ensinar suas crias, exigindo relacionamento social, “comunicação”. Estudos têm demonstrado maior dispersão quando se comparam inteligências criativas de homens entre si. De outro modo, as mulheres apresentam semelhanças nessa característica.
As contextualizações ajudam a entender e a pensar sobre a origem das condutas de gêneros. Adicionalmente, outras investigações descrevem diferenças morfológicas entre cérebros femininos e masculinos e confirmam, ainda mais, os efeitos que os hormônios provocam em cada organismo. Nos homens a área cerebral relacionada com o ímpeto sexual é duas vezes maior, também a região da defesa territorial e hierárquica encontra-se mais desenvolvida, bem como aquela relacionada à solução de situações.
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Parece que os homens possuem o cérebro dividido em “compartimentos”, do qual utilizam um de cada vez. As mulheres apresentam regiões mais ativas onde se localizam os neurônios espelhos (imitam atitudes) e da empatia emocional, utilizam métodos analíticos na resolução de problemas, as repercussões do estresse são menores, valorizam a intuição e são capazes de realizar várias tarefas ao mesmo tempo. Mesclam fantasia a realidade e vislumbram detalhes do cotidiano _ esse aspecto parece ter relação com o instinto maternal.
Os padrões de comportamentos das mulheres indicam intensa integração de suas redes cerebrais, onde a maioria dos acontecimentos (estímulos), projetam a área emocional, importando as minúcias, e isso favorece a memorização. Convém ressaltar que ultimamente Cordelia Fine, da Austrália, afirma que as diferenças escritas por John Gray (Homens são de Marte e Mulheres de Vênus) não passam de sexismo, atribuindo “algumas” variações de atitudes entre mulheres e homens a aspectos culturais.
O fato é que a maioria dos estudos têm mostrado diferenças cognitivas e emocionais, sobretudo em relação a tendências à empatia pelas mulheres e homens à sistematização. A biologia pode exprimir mais “destino” do que cremos na predisposição a pensamentos e condutas. Essa frase deve-se à estudiosa californiana Louvann Brizendine, da qual recomendo leitura ao aprofundamento do tema sobre o “côncavo e o convexo”, admitindo-se como partes distintas à complementação comportamental em nossas vidas.