Comunidades do Monte Cristo sentem aos poucos mais segurança com presença da Polícia

Em pouco mais de uma semana, a operação policial “Saturação por tropas especializadas” está devolvendo gradativamente segurança às comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte, que sofrem há mais de dez anos com confrontos devido à disputa pelo tráfico de drogas em Florianópolis. A Polícia Militar (PM) e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) montaram uma base na entrada do bairro Monte Cristo. Ali a pista de corrida, campo de futebol em obras e parquinho infantil tornam-se cada vez mais atrativos aos olhos da população.

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– Está tudo tranquilo. Muito bom. Espero que eles [Polícia] continuem aqui por muito tempo – disse uma senhorinha que se encaminhava em direção aos aparelhos de ginástica popular.

A área pública voltou a ser mais utilizada. Os comerciantes do entorno também confirmam a sensação de segurança.

A equipe de inteligência da PM apontou os locais críticos da comunidade, onde equipes montam barreiras. Inicialmente, houve receio por parte da população – acostumada às ações pontuais ostensivas. Agora, a própria comunidade passa informações e a tendência é uma maior aproximação, segundo os policiais, que se revezam em turnos para permanecerem em tempo integral na entrada da comunidade.

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Só uma ocorrência

– Agora, quem impede a circulação dos traficantes somos nós. Acabou isso de bloquear entradas – garante o Major Binder, do Bope.

Conforme a Polícia, o principal objetivo da operação vem sendo cumprido: o de evitar a briga entre as facções criminosas.

– O tráfico de drogas está parado e não registramos nenhuma ocorrência relevante desde o fim de semana – explica o Major.

No último sábado, houve troca de tiros entre a Polícia e um homem que estava foragido. Uma pistola e munições foram apreendidas.

Bope e PM estão com a cavalaria, cachorros e ônibus da campanha “Crack nem pensar” no local. Foto: Diorgenes Pandini/Agência RBS

Fogo de palha?

Um pai que trouxe os dois filhos para brincar e a esposa para correr ao lado da base policial afirma temer que isso seja fogo de palha.

– Está tudo bastante calmo agora. Mas e depois? Volta tudo ao normal. Eu acho que eles deveriam voltar a colocar uma sede fixa aqui por perto, como existia há 15 anos – diz o morador, que vive no local desde criança.

Atualmente o 22º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Jardim Atlântico, é responsável pela região. O Major Binder reconhece a distância, mas diz que é necessário estudo para avaliar a real necessidade de uma transferência.

– A presença da polícia no Monte Cristo é por tempo indeterminado. Não cabe a nós dizer agora se é o caso de voltarmos a ter uma base fixa aqui. Também não sei se é o caso de ter uma com dois policiais [em relação ao déficit atual no efetivo], pode ficar muito exposto – pondera.