O clima da Copa do Mundo demorou para chegar. Foi afetado pelos problemas políticos do Brasil, a recente greve dos caminhoneiros, a crise econômica. Mas nesta semana, o verde e amarelo começaram a tomar as ruas, casas e comércio na Grande Florianópolis. É a esperança de que o hexa, finalmente, venha.

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Em São José, a Major Dutra, no bairro Ipiranga, está toda enfeitada com rabiolas e uma enorme bandeira do Brasil, de três metros, tremula do alto de uma casa verde. Nela, mora o fanático torcedor da Seleção Brasileira Maurício da Silva, 42 anos.

O cara transformou a garagem de casa numa verdadeira arquibancada. Tudo faz referência ao Brasil: fitas, bolas, bandeiras, fotos das Copas passadas. Neste ano, Maurício gastou R$ 600 com a decoração.

O mais trabalhoso foi fazer as “poltronas”: ele pintou 23 latões de tinta, cada um representando um jogador de Tite, para os convidados sentarem.

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Para o 7 x 1 ficar no passado

Na estreia neste domingo, às 15h, contra a Suíça, Maurício espera cerca de 50 amigos na garagem. Ele já fez uma mobilização parecida na Copa de 2014 e defende que a ideia é não deixar morrer o espírito de torcer pela Seleção, mesmo em tempos complicados.

— Esse ano o sentimento está à flor da pele. Nos dois últimos amistosos, o Brasil jogou bem, foi pra frente, marcamos bastante gol, então, dá pra acreditar. O 7×1 foi muito dolorido, mas a gente tem que estar preparado para tudo. A gente tem que ter fé e acreditar até o fim. Eu acredito que se a gente chegar até a final já vai ser compensado — espera o torcedor, com humildade.

Travessa da Amizade

No bairro Saco dos Limões, na Capital, os moradores da Travessa da Amizade se preparam para torcer juntos pela 10ª vez. Desde o Mundial de 1978, disputado na Argentina, eles se reúnem neste local.

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Na época, as ruas do bairro ainda eram de chão batido. Onildo Dias, 72 anos, lembra que a brincadeira começou com uma festa junina. Botaram um telão para ver os jogos e lá se vão 40 anos e dois mundiais conquistados pelo Brasil vistos ali.

A travessa também está tomada de rabiolas com as cores do país, e o chão da via recebeu várias pinturas, como bandeiras do Brasil, a taça do mundial, o lobo siberiano Zabivaka – mascote da Copa –, o brasão da CBF. O artista é o comerciante Luciano Dias, pintor amador, que fez tudo com tinta de alvenaria mesmo.

O torcedor conta que, nesse ano, ao contrário das copas anteriores, não tinha visto tanta mobilização, nem nas lojas nem dos torcedores.

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— Eu tenho 48 anos e nunca vi o país tão dividido. Isso afetou muito, porque a gente estava atrás de decoração, e as lojas tinham pouca coisa, o movimento estava bem fraco.

Esse sentimento de desânimo afetou o artista, mas não por muito tempo.

— Eu não estava no clima, mas meu pai insistiu pra eu pintar. E aí todo mundo começou a me cobrar. No final, estamos todos no espírito! E se não for pelo Brasil, que seja pelo Avaí e pelo Figueira, porque a Série B não para! — brinca.

Shows e telão na Beira-Mar

Com estrutura montada em frente ao Trapiche da Beira-Mar Norte, em Florianópolis, a Arena N°1 irá transmitir todos os jogos do Brasil, com entrada aberta ao público. O espaço abrirá neste domingo às 12h, com transmissão do jogo Alemanha x México e, às 15h, Brasil x Suíça. Após o jogo, a animação fica por conta da cantora Ludmilla e do Quinteto S.A, às 17h. Na próxima sexta, quando a Seleção Brasileira entra em campo novamente, desta vez contra a Costa Rica, a Arena Nº1 abre às 8h e a transmissão inicia às 9h, seguida de show de DJ. Já no dia 27, às 15h, o Brasil enfrenta a seleção da Sérvia e, após a transmissão do jogo, quem comanda a festa é o cantor Thiago Brava.

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