Durante o encontro proposto pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), os técnicos esclareceram dúvidas da comunidade sobre as desapropriações e anteciparam a informação sobre a realização de visitas em todas as residências e empreendimentos localizados nos 74 quilômetros onde será realizada a obra. Dois técnicos identificados com crachás farão as visitas e coletarão informações sobre os proprietários dos imóveis. O DNIT também alertou para a ação de especuladores que poderão tentar comprar os imóveis por valores abaixo da tabela e após repassá-los à União.
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– Além de atrasar todo o processo de duplicação, os especuladores também não vão se dar bem. O caso pode parar na Justiça – alertou o superintendente substituto do DNIT, Alysson Andrade.
Entenda o caso
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Além disso, a autarquia também esclareceu que os proprietários não precisam de advogados para participar dos mutirões. Caso estejam em desacordo com os valores, podem questionar a oferta na Justiça. Nesta etapa será necessária a assessoria de um profissional. Diversos advogados compareceram ao encontro e estabeleceram contatos com os proprietários dos imóveis.
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A Associação BR-470 em Nossas Mãos, idealizada pelo advogado Luiz Carlos Nemetz, manifestou sua insatisfação com relação aos moldes do encontro e andamento das obras. “Lamentável o horário escolhido. Fosse no período noturno, o público certamente seria triplicado…. A obra está longe, mas muito longe de ser efetivada e de reunir condições de iniciar com um ritmo confiável”, diz parte da nota encaminhada à imprensa.
Futuro do casal é incerto
Iria, 67 anos, mora em uma propriedade localizada no km 62 da BR-470 há 40 anos. Seu companheiro, Osmar Krueger, 68, está lá desde que nasceu. Com a duplicação da rodovia o deles futuro é incerto. Os aposentados ainda não sabem se apenas uma parte do terreno será afetada ou se os 1,3 mil metros quadrados serão desapropriados. A incerteza que vivem neste momento só será sanada com a visita do técnico.
Mesmo com o trânsito intenso na rodovia em frente a sua casa, Iria revela que prefere não ter que procurar outro lugar para morar. Enquanto não tem certeza sobre seu futuro, lembra com nostalgia da região há 40 anos.
– Era muito bom morar lá. Andávamos de bicicleta sem medo e com segurança. Criamos nossos dois filhos lá, sem medo de acidentes. Hoje em dia não tem mais condições e talvez a duplicação possa melhorar o trânsito – disse.
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