Em meio a uma intensa pressão internacional por um cessar-fogo que evite a invasão terrestre da Faixa de Gaza por forças israelenses, a escalada de violência entre Israel e facções palestinas entrou neste domingo em uma nova fase, mais sangrenta.
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Num movimento sem precedentes, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os chanceleres britânico e francês expressaram reservas sobre um possível avanço da infantaria israelense sobre Gaza, território palestino sob governo autônomo desde 2005.
– Israel tem todo direito de esperar que mísseis não sejam lançados contra seu território. Se pudermos conseguir isso sem o aumento da atividade militar em Gaza – é preferível. Não é preferível apenas para as pessoas em Gaza. É também preferível para os israelenses, porque, se tropas israelenses entram em Gaza, eles estão muito mais arriscados a morrer ou ser feridos. Vamos ver que tipo de progresso podemos fazer nas próximas 24, 36, 48 horas – disse Obama em Bangkok.
Em tom semelhante, o ministro do Exterior britânico, William Hague, disse que uma invasão terrestre da Faixa de Gaza seria negativa:
– Uma invasão terrestre em Gaza faria Israel perder muito da compaixão e do apoio internacional que tem nessa situação.
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Em visita a Israel e aos territórios palestinos, o ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, pregou:
– A guerra não é uma opção. Nunca é uma solução. É preciso intervir com urgência. Há duas palavras-chave: urgência e cessar-fogo.
Em Gaza, o domingo terminou, segundo o governo israelense, com 50 alvos atingidos, entre eles lançadores de foguetes e túneis utilizados para contrabandear armas. O número de civis palestinos mortos chegou a 11 – o mais alto desde o início do que as forças armadas de Israel batizaram de Operação Pilar de Defesa – incluindo cinco crianças. Foram atingidas duas sucursais de TVs árabes que eram compartilhadas com emissoras estrangeiras. Numa delas, oito jornalistas ficaram feridos e um deles teve a perna amputada.
Do lado israelense, as sirenes antimíssil soaram pelo quarto dia consecutivo em Tel-Aviv. Dois israelenses sofreram ferimentos leves e sérios quando um foguete atingiu um carro em Ofakim e pelo menos um ficou seriamente ferido em Sha’ar Hanegev.
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