A comunidade internacional aprovou, neste sábado (6), apesar da resistência saudita, o último balanço do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, que mostra os fortes impactos de um aumento das temperaturas acima de 1,5º C.
Continua depois da publicidade
A reunião a portas fechadas do IPCC, que começou na segunda-feira em Inchon (Coreia do Sul), se estendeu um dia a mais e, nas últimas horas, se concentrou em resolver a oposição de Riade, segundo vários participantes.
Em seu relatório, cujo resumo de 20 páginas foi aprovado por consenso, mas não será divulgado até segunda-feira às 3h00 GMT (0h00 de Brasília) durante uma coletiva de imprensa, os cientistas descrevem com base em 6.000 estudos a grande diferença dos impactos que um aumento temperaturas de +1,5ºC e +2ºC.
E eles listam as diferentes alternativas, que primeiro passam por uma redução maciça das emissões de gases de efeito estufa (atualmente fruto em três quartos dos combustíveis fósseis).
Continua depois da publicidade
A Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, se opôs, segundo vários participantes, a um capítulo que lembra a insuficiência geral de compromissos de redução de emissões acordados em Paris para permanecer a 1,5ºC.
Antes de “finalmente levantar o bloqueio”, disse um observador que pediu anonimato.
No passado, Riade muitas vezes se opôs à ação da ONU contra o aquecimento global, seja em relatórios do IPCC ou em negociações para chegar a um acordo sobre reduções de emissões.
E embora no final de 2015 o reino tenha adotado o Acordo de Paris, que visa colocar o planeta “bem abaixo de 2°C”, ele se opôs ao 1,5°C solicitado pelos Estados mais vulneráveis.
Continua depois da publicidade
“Este texto é o relatório científico mais importante sobre o tempo que tivemos”, disse Jennifer Morgan, diretora do Greenpeace Internacional, no sábado.
A ONG espera que ele seja abordada a partir de terça-feira durante o conselho ambiental da UE.
* AFP