A comunidade Frei Damião, em Palhoça, possui graves problemas de falta de infraestrutura o ano inteiro, e está ainda mais prejudicada com as chuvas dos últimos dias. A falta de tubulação e encanamento para escoar a água da chuva fez com que pelo menos quatro ruas ficassem completamente alagadas. A água também invadiu muitas residências.

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Desde que começou a chover forte, na sexta-feira, a dona de casa Leuci Costa Varela Dias, 45, estava utilizando rodos e baldes para tentar evitar o pior. Infelizmente não conseguiu, e a água entrou na casa onde ela vive com mais três crianças. Na cozinha – parte mais baixa da casa – a água suja batia na altura do tornozelo da mulher:

– Toda vez que chove é isso. Já estive internada neste ano com infecção da outra vez que peguei essa água suja – lamenta.

Somente neste ano, é a segunda vez que Leuci tem a casa alagada. Na manhã deste domingo, um filho e um vizinho ajudavam Leuci a tentar escoar um pouco da água e colocar os móveis para cima.

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Próximo dali, o morador Horácio Graciolino, 62, construiu uma barreira de terra no portão para tentar impedir que a água entre, e monitorava a situação o tempo todo. O presidente do Conselho Comunitário do bairro, Jairo Gresser, o Alemão, andava pelas ruas para verificar a situação. Segundo ele, o Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral do Frei Damião (CADI) irá receber os moradores que precisarem abandonar suas casas.

A Defesa Civil esteve na comunidade e recomendou somente para uma família que saísse de casa, porém eles preferiram ficar.

A dona da casa, Ana Marcia, 24, acredita que a água não vai atingir o cômodo mais alto, por isso se negou a sair do local, apesar do pedido da Defesa Civil.

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– Assinei o papel dizendo que me responsabilizo, mas não queiro deixar tudo aqui sozinho – explica.

Junto com ela vivem seus três filhos, de 8, 4 e 1 ano.

A situação mais crítica é a Rua da Vala. O único tubo que escorria a água quebrou, e o moradores que arriscam passar tem a água na altura do joelho. O entregador de gás precisou sair da bicicleta para atravessar. Já Leco, que vive em uma das casas da rua, diz que vai precisar esperar para sair de casa.