A cena, que se repete todos os dias desde o início do mês, remete a situações do passado. Sem água na rede, um pequeno riacho, no topo do Morro da Laguna, no Fidélis, virou a única opção para a comunidade da Rua Professor Hermann Lange. É lá que, todos os dias, Lúcia Chimenes enfrenta 200 metros de trilha no meio do mato para lavar roupas. Foi a saída encontrada por ela para resolver o problema do desabastecimento na região.
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– A gente tem que fazer como antigamente, igual meus avós faziam. É o jeito, fazer o quê? – questiona Lúcia.
(Foto: Patrick Rodrigues / Agência RBS)
A comunidade, que conta com cerca de 20 famílias, alega que a falta de água é rotina e que se agravou há pelo menos três meses. Ontem, o diretor de operações do Samae, Jean Carlos Naumann, confirmou que o problema foi causado por conta de um defeito na bomba do pressurizador responsável pelo abastecimento no local e que a questão foi solucionada. Naumann ainda garantiu que uma caixa de 20 mil litros será instalada até o final de agosto no topo do morro para garantir abastecimento às famílias em caso de novos problemas.
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Lorenço do Nascimento conta que a região já chegou a ficar sem água por 20 dias e isso motivou a comunidade a encontrar alternativas. Buscar água potável em vizinhos que moram em áreas mais baixas e tomar banho no local de trabalho estão entre as medidas adotadas.
– Meu serviço é mexer com gesso e é normal ficar sujo. Se eu não conseguisse me lavar na empresa ia ser complicado – reclama Lorenço.
Na casa de Luana Dimkoski Batista, para poder tomar banho, lavar louça e fazer necessidades, foi adotado um método forçado de sustentabilidade: o reaproveitamento de água da chuva. As correntes das calhas guiam a água que cai em um tanque e de lá é distribuído para quem precisa.
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(Foto: Patrick Rodrigues / Agência RBS)
– Quando começa a chover a gente já se organiza pra poder armazenar a água. Claro que não dá pra beber, mas pelo menos nós conseguimos garantir o banho por alguns dias – afirma Luana.